Dia das Crianças: o papel da tecnologia na educação

Dia das Crianças: o papel da tecnologia na educação
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O Dia das Crianças é marcado por celebrações que buscam não só resguardar os cuidados necessários nesses anos iniciais, mas também reforçar a importância de uma infância saudável, com acesso ao lazer e ao ensino, para o desenvolvimento adequado dos futuros cidadãos.

Não é para menos que, nos últimos anos, educadores — como profissionais da Pedagogia e Psicopedagogia — tenham aproveitado esse período para debater com os pais sobre um recurso valioso nessa etapa da vida: o uso da tecnologia na educação. 

Afinal, além de diversificar as atividades escolares e propiciar novas experiências de aprendizado, a tecnologia contribui para outros ganhos potenciais na formação das crianças.

Ficou interessado no assunto? Neste post, você conhecerá o papel da tecnologia na educação. Acompanhe!

Aprendizado personalizado

A inserção de dispositivos eletrônicos na rotina escolar pode ter como vantagem a personalização da forma de estudar. Um bom exemplo é quando os estudantes usam e-readers para leituras em diferentes ambientes da escola, podendo interrompê-las e retomá-las a qualquer momento.

Portáteis, com bateria duradoura e capacidade elevada de armazenamento, eles facilitam o acesso aos conteúdos e ajudam os alunos a expandirem o contato com as matérias para além da sala de aula. Isso é essencial para o trabalho de memorização, raciocínio e abstração.

Já os tablets com acesso aos softwares voltados especificamente para o ensino de algumas disciplinas são ideais para os alunos que precisam exercitar os conhecimentos, se preparar para as avaliações e trabalhos, ter um reforço escolar e muito mais.

Afinal, existem versões com bancos de questões, treinamentos, jogos psicoeducativos, lições de casa personalizadas, quizzes etc. Ou seja, são recursos que o aluno pode aproveitar conforme a sua necessidade e o período letivo em que ele se encontra.

Recursos educacionais digitais

A tecnologia pode ser aproveitada para incrementar as atividades das aulas. É o caso de aplicativos que ajudam o professor a promover dinâmicas para testar conhecimentos e a fixação de conteúdos. Um bom exemplo são os apps nos quais o educador cria uma série de questões e itens de respostas para elas (geralmente, são quatro alternativas e cada uma com uma cor ou forma geométrica específica).

A partir disso, o professor disponibiliza dispositivos com acesso ao programa para as crianças e, à medida que as perguntas são apresentadas, elas conseguem responder por meio da marcação da cor ou da forma geométrica que representa o item correto.

Essa é uma maneira prática para que o aprendizado se torne mais interativo, prazeroso e desafiador para os pequenos. Inclusive, a depender da quantidade de estudantes por sala, é possível montar duplas, trios ou grupos para desenvolver a cooperação coletiva. Outro estímulo visual para a criança é que elas podem criar avatares lúdicos e animados que ajudam a aumentar a imersão na gincana.

Acesso à informação

Um terceiro ponto que não pode ficar de fora é o acesso à informação de forma rápida e personalizada para as crianças. De modo geral, os educadores trazem assuntos, dados e notícias que vão além do material físico que os alunos têm acesso na sala de aula. Com isso, surge a curiosidade e interesse em se aprofundar e descobrir novos temas. Logo, a tecnologia ajuda — e — muito nesse momento!

A escola pode desenvolver bibliotecas e laboratórios virtuais, produzir videoaulas que exploram conteúdos associados às matérias ou preparar apresentações animadas para complementar as aulas em ambientes de aprendizagem online. Tudo isso é acessível por meio de tablets e computadores.

Inclusive, é possível ir além, pensando nesses recursos para serem acessados fora do ambiente escolar, ou seja, quando os alunos estudam e fazem revisões em casa e necessitam desse complemento. Muitas vezes, as crianças estão acompanhadas dos pais ou responsáveis e querem mostrar esse universo extra de informações que contribui com a sua formação.

Desenvolvimento de habilidades digitais

A tecnologia na educação também contribui para o desenvolvimento de habilidades digitais — e aqui é preciso destacar duas categorias. A primeira é que, ao utilizar computadores, tablets e outros dispositivos para acessar diferentes programas, por exemplo, as crianças se familiarizam e passam a compreender e a assimilar com cada vez mais facilidade como se dá a utilização, o funcionamento e a estruturação dos recursos virtuais.

Com o tempo, elas terão mais habilidades para lidar com as novas tecnologias, o que será fundamental para a vida universitária e profissional no futuro. A segunda categoria, por sua vez, envolve o aparelho que as crianças têm em mãos.

As escolas podem desenvolver aulas, oficinas e atividades extracurriculares para estimular os pequenos a aprenderem sobre o que são essas máquinas que utilizam, como elas são montadas, como operam internamente etc. Assim, é possível trabalhar desde o ensino fundamental alguns conceitos de robótica, informática, tecnologia, sistemas de informações e muito mais.

Acompanhamento e monitoramento

Outra vantagem da tecnologia na educação está na possibilidade de monitoramento e acompanhamento. O primeiro significa que os professores têm a possibilidade de conferir, por meio do compartilhamento de tela ou de recursos de controle remoto de dispositivo, as atividades desempenhadas pelas crianças nos aparelhos que elas utilizam.

A partir daí, eles podem auxiliar na execução de tarefas, esclarecer dúvidas de maneira mais direcionada, corrigir exercícios em tempo real, indicar atividades complementares, entre outros. Tudo isso aumenta a imersão dos alunos na sala de aula, evitando distrações e procrastinação.

Já o acompanhamento é algo pensado a longo prazo. Ou seja, ao identificar que determinados alunos estão com um desempenho oscilante ou abaixo da média, os educadores podem desenvolver programas e ações de reforço para melhorar o aprendizado.

Isso faz toda a diferença para que nenhum aluno deixe de aprender e evoluir com a turma, o que pode comprometer a sua adesão nos próximos anos do ensino fundamental.

Limites e equilíbrio

Outra tática de uso da tecnologia na educação é para o treinamento de limites e equilíbrio. Esse fator é muito importante, em particular, na infância, quando a criança passa a aprender sobre o conceito de autoridade, regras e a necessidade de se adequar a elas.

Para isso, a escola pode disponibilizar em áreas de recreação da própria instituição alguns aparelhos (como televisões, consoles, torres de jogos etc.) em que as crianças podem utilizar para se entreter, brincar, consumir conteúdos audiovisuais e outros. A dinâmica é simples: esses equipamentos estarão livres apenas durante o período do intervalo para lanche.

Portanto, os alunos aprendem, na prática, como a limitação de tempo funciona e como é necessário dividir o uso desses materiais com outros estudantes que também desejam utilizar os aparelhos. Além disso, é possível entender qual é a importância de organizar o horário de forma equilibrada para brincar, se alimentar e fazer outras atividades recreativas.

Segurança online

Além do aprendizado escolar, as instituições podem se valer da tecnologia para repassar aos estudantes conhecimentos sobre segurança online. Esse entendimento é indispensável para qualquer usuário da internet, mas ainda mais para as crianças que são vulneráveis às ações de criminosos na rede.

Por meio de oficinas com acesso à web, os educadores podem ministrar palestras para os alunos, pais e responsáveis legais. No caso das crianças, é preciso abordar sobre a importância de navegar apenas com a supervisão de um adulto por perto e de nunca publicar e compartilhar com desconhecidos informações como senhas e logins, dados pessoais e de familiares, localização, entre outros.

Já para os pais e responsáveis, é fundamental debater sobre estratégias que minimizem a exposição dos pequenos aos riscos online em casa. É o caso da instalação de programas de controle parental em computadores, monitorador de acesso em aparelhos eletrônicos (como smart TVs e smartwatchs) e aplicativos que espelham telas de celular.

Também vale a pena ensinar a importância de manter um canal de diálogo com as crianças para que elas se sintam confortáveis para tirar dúvidas sobre o que consomem no ambiente virtual.

Acessibilidade nas aulas

Além dos fatores que foram mencionados, há um aspecto de grande valor envolvendo a tecnologia: o aumento da inclusão da diversidade. É o caso de estudantes com deficiência física, motora e intelectual. Isso porque o ambiente escolar não só pode, como tem a obrigação de promover a equidade.

Ou seja, é importante que a escola seja acolhedora e adaptada para os alunos de diferentes perfis e com demandas particulares. Com isso, é possível garantir que eles tenham acesso à educação sem serem excluídos ou recebendo apenas parcialmente as mesmas oportunidades que os demais. Esse é um assunto bastante discutido e trabalhado nas áreas da Pedagogia e da Psicologia Escolar.

Um exemplo são os softwares para dispositivos que permitem a navegação e a escrita inteligente, sendo ideais para quem tem limitações em relação a realizar comandos físicos ou a escrever. Já os programas de ampliação automática de tela e reprodução em áudio do que é apresentado em páginas são adequados para quem tem uma ou mais limitações visuais.

Conhecimento de outras línguas

Muitos aplicativos e programas voltados para a educação infantil são desenvolvidos em outros países, sendo aqueles em língua inglesa os mais populares. Em muitos casos, eles nem sempre são traduzidos para o português. Ao contrário, acabam sendo utilizados com o idioma original dentro das escolas.

Mas você pode estar pensando: isso não é um problema, já que os pequenos estão em processo de domínio da língua portuguesa, tendo, muitas vezes, aprendido a ler e a escrever há pouco tempo. Porém, acredite: esse pensamento está equivocado.

Na realidade, o contato com outro idioma nesses aplicativos e programas se concentra principalmente em comandos, palavras-chave, frases curtas e números. Não se trata de termos técnicos e expressões de nível universitário. Além disso, a infância é justamente o período mais indicado para a exposição e o estímulo a outras línguas.

Um estudo promovido pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), apontou que crianças com 10 anos estão no melhor momento para aprender, assimilar e ter a capacidade de conversar de forma fluente em dois ou mais idiomas.

Assim, para ter conhecimento semelhante ao de um falante nativo de outra língua, é importante iniciar os estudos por volta dos 10 anos. Portanto, por que não aproveitar a oportunidade para contribuir com a habilidade bilíngue dos pequenos?

Introdução ao ensino lúdico

Por último, é importante dizer que a tecnologia na educação, em particular no ensino infantil, permite a adição de um conceito que contribui positivamente para o aprendizado: o fator lúdico.

Isso porque há programas, plataformas e softwares em tablets e computadores que apresentam funcionalidades como desenho, ilustração, pintura, montagem de peças, uso de figuras geométricas, interação com animações, entre outros. Também podemos mencionar os aparelhos portáteis desenvolvidos para essa finalidade, como óculos de realidade virtual ou imagens 3D.

Ou seja, existem diversos mecanismos que podem ser usados como complementos ou parte programada das aulas para que elas se tornem mais leves, descontraídas, dinâmicas e interessantes para as crianças em aulas de Matemática, Português, Ciências, História etc.

Afinal, essas funções trazem estímulos sensoriais diferentes, trabalham a coordenação motora (como a fina), permitem uma visualização e compreensão mais concreta de conceitos abstratos e ainda promovem momentos de socialização entre os estudantes.

Para completar, alia-se ao aprendizado a oportunidade de brincar, de usar a imaginação e a criatividade e de despertar o interesse pelo conhecimento para além da escola.

Viu só como a tecnologia na educação, quando usada de maneira equilibrada e supervisionada, pode ser um recurso muito importante para potencializar o aprendizado, tornar a sala de aula mais inclusiva, promover o contato com as tendências digitais e permitir um acompanhamento mais personalizado do desempenho escolar de cada aluno?

Portanto, vale a pena se informar sobre o tema, acompanhar o que os profissionais da área têm apontado para o futuro do ensino infantil e, inclusive, conhecer de perto a realidade atual das escolas brasileiras. Por exemplo, você pode acompanhar os pequenos da sua família que já estão estudando, atuando como educador ou, para quem é graduando, por meio de estágios supervisionados e não obrigatórios dentro desses espaços.

Aliás, a educação é algo que desperta o seu interesse? Então aproveite para conhecer mais sobre o curso de Pedagogia da Estácio e descobrir o que você precisa para ser um futuro educador!

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