Dia Internacional das Pessoas Idosas: um panorama da terceira idade
Você sabia que o Dia Internacional das Pessoas Idosas é comemorado em 1º de outubro? A data serve para homenagear essa população, além de contribuir com a conscientização e a discussão acerca de temas importantes para o bem-estar na terceira idade, como o envelhecimento ativo e a inclusão social de idosos.
Esse é um assunto de grande relevância, afinal, vemos um crescimento contínuo da parcela da população com mais de 60 anos. Para que você tenha uma ideia, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o número de idosos no Brasil cresceu quase 40% de 2012 a 2021, representando atualmente cerca de 15% da população.
Essa é uma tendência observada no mundo todo e que eleva a necessidade de pensarmos em formas de tornar o envelhecimento mais ativo e feliz. Afinal, estamos falando de pessoas que já contribuíram muito para a sociedade e que merecem reconhecimento, valorização e qualidade de vida.
Continue a leitura para entender um pouco melhor os desafios enfrentados na terceira idade e as maneiras de promover um envelhecimento saudável!
Demografia da terceira idade
O Brasil está passando por um rápido processo de envelhecimento populacional, chamado por especialistas de “transição demográfica”. Isso significa que a parcela da população com 60 anos ou mais está aumentando significativamente em relação às gerações mais jovens.
Os dados do IBGE citados anteriormente mostram que a parcela populacional idosa cresce mais de 4% ao ano. Estamos falando de mais de 1 milhão de pessoas a atingir a terceira idade todos os anos no Brasil, de 2012 a 2022.
O Boletim Temático sobre Saúde do Idoso, feito pelo Ministério da Saúde, também comenta esses números, acrescentando ainda as seguintes projeções:
- em 2030, o número de pessoas idosas será cerca de 2,28 milhões maior do que o de crianças e adolescentes até 14 anos;
- em 2050, a terceira idade representará 30% da população absoluta brasileira, enquanto que o total de crianças e adolescentes somará 14%.
Diante dessa expectativa de envelhecimento populacional, e levando em conta a contribuição dos idosos para a sociedade, é cada vez mais relevante pensarmos em formas de proporcionar mais saúde e bem-estar à terceira idade.
Embora muitos idosos brasileiros tenham boa saúde, há também uma parcela significativa que enfrenta desafios, como doenças crônicas, limitações de mobilidade e problemas de saúde emocional. Desse modo, não é raro que associemos a terceira idade a um período de solidão, perdas e doenças.
Porém, não podemos manter essa visão negativa de uma parcela tão expressiva da população, concorda? O Dia Internacional das Pessoas Idosas contribui justamente para refletirmos sobre formas de mudar essa perspectiva, buscando um envelhecimento mais ativo e autônomo e inclusão social para todas as idades.
As contribuições e os desafios da terceira idade
Os idosos têm uma participação muito importante na formação das gerações mais jovens. Eles são fontes de sabedoria e de lições acumuladas em décadas de experiências de vida, muito valiosas para o aconselhamento dos mais novos, assim como para manter vivas as histórias e costumes que fazem parte da nossa cultura.
Apesar disso, os idosos enfrentam uma certa estigmatização. Como dissemos há pouco, a terceira idade ainda é associada a aspectos negativos, o que pode comprometer a autoestima das pessoas idosas e fazer com que o envelhecimento gere inseguranças e ansiedades.
Isso porque, de fato, ainda há muitos desafios nessa fase que merecem uma atenção maior de diversos setores da sociedade. A começar pela área da saúde: as doenças crônicas, por exemplo, são prevalentes no grupo de pessoas com mais de 60 anos.
Mesmo quando não há um problema de saúde, muitos idosos têm a mobilidade reduzida e muitas barreiras de acessibilidade, levando a uma maior dificuldade de realizar atividades cotidianas. Essa fragilidade física também deixa os idosos mais vulneráveis a violências e à negligência por parte de familiares.
Soma-se a isso a insegurança financeira: normalmente, associamos a terceira idade à aposentadoria, mas a realidade brasileira inclui muitos idosos com pressão em suas finanças pessoais, seja porque tiveram trabalhos informais ao longo da vida, seja porque não conseguiram planejar adequadamente uma reserva financeira para essa fase.
Por fim, problemas de ordem emocional são um grande desafio da terceira idade, com maior isolamento social, solidão, luto pela perda de pessoas queridas e falta de ocupações significativas.
Saúde e bem-estar na terceira idade
Quando falamos em saúde e bem-estar na terceira idade, entram muitos pontos, como:
- cuidados de saúde preventivos — manter exames médicos em dia, monitorar a pressão arterial, os níveis de colesterol, a glicemia e realizar rastreamento de câncer de acordo com as diretrizes médicas;
- estilo de vida saudável — adotar uma dieta equilibrada, evitar o consumo excessivo de álcool e não fumar são iniciativas importantes. Além disso, é fundamental cuidar da qualidade do sono;
- exercício regular — a realização de atividades físicas é um dos pilares para o envelhecimento saudável, pois proporciona a manutenção da mobilidade e a prevenção de doenças crônicas;
- saúde mental — a terceira idade pode ser desafiadora emocionalmente, com a possibilidade de solidão, luto e depressão. Por isso, um acompanhamento específico para saúde mental é muito bem-vindo;
- prevenção de quedas — as quedas são uma das principais causas de lesões em idosos. Para preveni-las, é importante manter a casa livre de obstáculos, promover exercícios para melhorar o equilíbrio e considerar a instalação de barras de apoio em áreas críticas;
- gerenciamento de medicamentos — muitos idosos tomam vários medicamentos. É essencial seguir as prescrições médicas rigorosamente e comunicar ao médico sobre quaisquer efeitos colaterais ou interações medicamentosas;
- participação em atividades sociais — manter um círculo social ativo e envolver-se em atividades sociais é importante para combater o isolamento e promover o bem-estar emocional nessa fase.
Esses assuntos certamente estarão presentes em matérias específicas de Medicina dos cursos atualizados em relação às demandas atuais da sociedade.
A importância do envelhecimento ativo
Você sabe da relevância das atividades físicas para o ser humano, não é? O envelhecimento ativo é um dos pilares para o ganho de qualidade de vida na terceira idade. Afinal, manter o corpo em movimento tem reflexos decisivos na saúde física, além de impactos no bem-estar emocional, na autonomia e na mobilidade.
Um corpo forte, independente e equilibrado é responsável por reduzir quase todos os principais desafios da terceira idade. Portanto, é muito importante incentivar a prática de atividades físicas após os 60 anos, seja para nossos familiares idosos, seja no exercício profissional ou social.
Vale destacar, no entanto, que o acompanhamento de especialistas é indispensável. A prática de atividades inadequadas para o corpo idoso pode aumentar o risco de lesões e complicações de saúde.
De modo geral, porém, os exercícios com menor impacto são muito bem-vindos nessa fase, incluindo caminhada, natação, hidroginástica e ciclismo. Essas práticas ajudam a manter a resistência e contribuem para o controle do peso, fundamental para prevenção de doenças crônicas.
Com os devidos cuidados e orientações, a terceira idade também pode ter grandes ganhos com a musculação. Sem contar os alongamentos e sua contribuição no ganho de mais flexibilidade, coordenação motora e amplitude do movimento das articulações.
Com todos esses impactos, a prática de exercícios físicos eleva muito a qualidade de vida após os 60 anos, retardando os efeitos do envelhecimento, melhorando o sono e reduzindo o estresse e a ansiedade. Muitas dessas atividades podem ser feitas em grupo, auxiliando também na socialização.
Se você se interessa pela Medicina do Exercício e do Esporte, uma ótima pedida é direcionar a atuação para o envelhecimento ativo, dada a relevância desse assunto na sociedade atual.
Direitos e proteção dos idosos
A proteção dos direitos da terceira idade é uma questão fundamental para garantir que os idosos desfrutem de uma vida digna, segura e com qualidade. Essa é uma das grandes pautas mobilizadas no Dia Internacional das Pessoas Idosas.
Aqui no Brasil, assim como em muitos outros países, temos uma série de leis e políticas públicas que visam proteger a população idosa. Um dos instrumentos legais mais importantes para a terceira idade é o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), que protege os seguintes direitos:
- atendimento preferencial — os idosos têm o direito a atendimento preferencial em estabelecimentos comerciais, bancos, repartições públicas, transportes coletivos, entre outros. Isso inclui filas especiais e acessibilidade adequada;
- assistência à saúde — o Estado é responsável por garantir que os idosos tenham acesso a serviços de saúde de qualidade, incluindo atendimento médico, hospitalização, cirurgia e medicamentos gratuitos ou a preços acessíveis;
- medicamentos gratuitos — o idoso tem direito a receber gratuitamente os medicamentos considerados essenciais para o tratamento de doenças crônicas comuns na terceira idade, como hipertensão e diabetes;
- aposentadoria e benefícios — o Estatuto do Idoso protege os direitos previdenciários dos idosos, como a aposentadoria e pensões. Além disso, o benefício de prestação continuada (BPC) é garantido a idosos em situação de vulnerabilidade econômica.
- proteção contra abuso e violência — o instrumento legal também prevê medidas de proteção contra a violência e o abuso físico, psicológico, financeiro ou patrimonial, incluindo a criação de delegacias especializadas para idosos;
- transporte gratuito — às pessoas com mais de 60 anos têm direito a descontos ou gratuidade no transporte coletivo;
- lazer e cultura — o Estatuto também prevê descontos ou gratuidade em eventos e espetáculos, como forma de incentivar o direito dos idosos de participar de atividades culturais, esportivas e de lazer.
Formas de inclusão social da terceira idade
Você já ouviu falar nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)? Eles são metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para termos uma sociedade mais pacífica e inclusiva, um meio ambiente mais protegido e um desenvolvimento econômico mais sustentável até 2030.
Muitos países são signatários dos ODS, inclusive o Brasil. Esse compromisso perpassa uma série de iniciativas privadas e públicas, e impacta também a nossa forma de lidar com a transição demográfica. Afinal, uma sociedade só é verdadeiramente inclusiva quando todas as idades podem participar ativamente.
Algumas estratégias para promover a inclusão social dos idosos são:
- melhorar o acesso a serviços de saúde;
- ampliar o número de profissionais dedicados à terceira idade, como os médicos geriatras;
- garantir as medidas de acessibilidade previstas em lei;
- oferecer maiores oportunidades de educação, cultura e lazer na terceira idade;
- ampliar os serviços de apoio emocional e social das pessoas idosas;
- favorecer o treinamento da terceira idade para apropriação de inovações tecnológicas que podem gerar mais qualidade de vida;
- fortalecer uma cultura de valorização da população idosa;
- fomentar a participação das pessoas com mais de 60 anos nas decisões que afetam suas vidas, como políticas públicas e programas da comunidade.
O papel da Geriatria para o bem-estar na terceira idade
Diante de tudo o que foi dito até aqui, já dá para perceber que promover um envelhecimento mais saudável exige um esforço conjunto dos indivíduos e suas famílias e da sociedade, sobretudo nos sistemas de saúde, não é? Por isso, vale a pena fazer Medicina e seguir pela Geriatria.
Essa é a especialidade médica dedicada à promoção do envelhecimento saudável, com foco na prevenção e tratamento de doenças na terceira idade. Assim, você terá um conhecimento aprofundado dos principais problemas de saúde nessa fase e as estratégias para o cuidado de pessoas idosas.
Ao lado da Gerontologia, que é mais dedicada à integração dos aspectos biológicos, psicológicos e sociais na terceira idade, essas duas carreiras são dois instrumentos valiosos para que a terceira idade tenha cada vez mais qualidade de vida.
Com a transição demográfica e o contínuo envelhecimento da população, essas duas áreas de atuação são altamente promissoras. Por isso, são ótimos caminhos a seguir, ainda mais se você contar com uma universidade reconhecida pela qualidade como a Estácio, garantindo uma formação de excelência e as melhores oportunidades no mercado.
Diante desta leitura, você já tem uma boa ideia sobre as principais questões levantadas no Dia Internacional da Pessoa Idosa, não é? Como você viu, a terceira idade tem uma participação cada vez mais expressiva na demografia populacional, mas ainda enfrenta muitos desafios. Por isso, buscar formas de melhorar a qualidade de vida nessa fase deve ser uma prioridade de todos.
Inscreva-se no curso de Medicina da Estácio e comece a construir a sua carreira na área!