Você sabia que temos 11 milhões de analfabetos?
Pesquisa do IBGE aponta que Brasil ainda tem 11 milhões de analfabetos
Pnad mostra que a taxa diminuiu, contudo o combate ao analfabetismo deve ser firme e contínuo
Segundo a mais recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de analfabetismo no Brasil teve uma discreta melhora, saindo de 6,8%, em 2018, para 6,6%, no ano passado.
Este novo índice foi retratado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Educação. Mesmo com a diminuição, que representa aproximadamente 200 mil indivíduos, o país ainda conta com 11 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever.
De acordo com o IBGE, analfabetos são cidadãos que têm 15 anos de idade ou mais e eles não conseguem formular nem pequenos textos.
Para Adriana Beringuy, analista deste estudo, o analfabetismo atinge as pessoas mais idosas, pois os jovens, atualmente, estão mais escolarizados e, com isso, têm um indicador menor.
Com o objetivo de mudar essa triste realidade e transformar vidas, a Estácio elaborou o Programa de Alfabetização e Letramento para Jovens e Adultos, que já recebeu aproximadamente 500 alunos – entre jovens e pessoas da terceira idade — que moram nas comunidades adjacentes das unidades da Estácio.
Desde sua criação, no primeiro semestre de 2018, há 2 anos, o Programa de Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos da Estácio ganhou força e notoriedade no setor de educação.
Participam do programa as unidades da Ilha do Governador e Nova América (Zona Norte/RJ), Taquara (Zona Oeste/RJ), Alcântara (Região Metropolitana/RJ), Queimados (Baixada Fluminense/RJ), Via Brasil (em Irajá, Zona Norte do Rio), Resende (Região Sudoeste RJ), Carapicuíba e Interlagos (São Paulo), Natal (Rio Grande do Norte), Aracaju (Sergipe) e Taguatinga (Brasília).
No momento, por conta da pandemia, todas as aulas foram interrompidas, mas o Programa de Alfabetização e Letramentos para Jovens e Adultos da Estácio retornará assim que forem restabelecidas as condições sanitárias necessárias para assegurar a saúde dos alfabetizandos.
A instituição de ensino superior está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de número 4, da Organização das Nações Unidas (ONU), que quer garantir que todos os jovens e uma substancial proporção dos adultos – homens e mulheres – estejam alfabetizados e tenham adquirido o conhecimento básico de matemática até 2030.
O ODS 4 visa assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, além de promover oportunidades de aprendizagem ao logo da vida para todos e todas.
Os responsáveis pelo projeto sabem que a luta ainda é bastante grande, pois segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em julho de 2020, o Brasil ainda tem 11 milhões de analfabetos entre a população de 15 anos ou mais.
Por um período de quatro meses, os adultos e jovens têm aulas com estudantes dos cursos superiores de Licenciaturas da Estácio – como Pedagogia, Letras, História, Geografia e Matemática – com a participação dos próprios professores da instituição.
As aulas acontecem no período noturno com duração de três horas por dia, duas vezes por semana, e são totalmente gratuitas para os alfabetizandos.
No momento, por conta da pandemia, as aulas foram interrompidas, mas o Programa de Alfabetização e Letramentos para Jovens e Adultos da Estácio voltará ao normal assim que os órgãos oficiais de saúde e as prefeituras locais liberarem o estudo presencial.
As turmas têm em média até 24 estudantes e, ao final do curso, os alunos são capazes de ler e escrever pequenos textos, com compreensão, além de resolver problemas matemáticos simples, utilizar de forma crítica informações veiculadas nas diferentes mídias e comunicar-se por intermédio de mensagens de texto em aplicativo de dispositivo móvel.
Durante os encontros, são propostos exercícios que envolvem várias questões, como ética, moral, cidadania e empatia. Com essas competências o alfabetizado pode exercer plenamente a sua cidadania reconhecendo o seu valor e seu papel na sociedade, aumenta as suas chances de ingressar no mercado formal de trabalho e tem possibilidade de dar continuidade dos estudos.
Nossa meta é levar esse programa a todas as unidades da Estácio no Brasil. Estamos alinhados com os ODS 4 da ONU e queremos combater o analfabetismo e erradicá-lo no entorno de nossos campi. Os novos dados do IBGE nos mostram que a batalha ainda é bem grande
afirma Claudia Romano, vice-presidente de Relações Governamentais, Sustentabilidade e Comunicação da Estácio.
Segundo Claudia, o projeto faz parte da missão da Estácio que é Educar para Transformar e reforça a diretriz de manter um relacionamento próximo e sustentável com a comunidade do entorno de suas unidades.
Ainda de acordo com ela, a iniciativa também representa uma oportunidade única para os alunos da instituição, pois vão aprender na prática ao atuarem como alfabetizadores, o que sustenta o compromisso com a empregabilidade destes egressos.
A metodologia foi desenvolvida de forma a incentivar e efetivar o aprendizado dos jovens e adultos, a promover a sua autoestima, a reconhecer as suas potencialidades e a evitar a evasão dos alfabetizandos.
Esses adultos se sentem excluídos por conta do analfabetismo e é muito comum que tenham o ímpeto de desistir. Por isso, atuamos de forma a apoiar os alunos a seguirem estudando, apesar das dificuldades.
complementa Claudia
São utilizadas metodologias ativas de ensino-aprendizagem nas quais os participantes são protagonistas ativos e colaborativos no desenvolvimento de projetos, na resolução de problemas e realizando pesquisas.
Os alfabetizandos contam com uma grande diversidade de materiais instrucionais, multimídia e tecnologias educacionais desenvolvidos pela Estácio de acordo com o método do Sistema de Alfabetização e Letramento, tais como bingo, quebra-cabeça, baralho, caça-palavras, vídeos, jogos e aplicativos.
Os alfabetizandos não são submetidos a provas e o desempenho deles é avaliado a partir do alcance das competências estabelecidas. O ensino é individualizado e os alunos que não alcançam as competências são acompanhados para reforço e recuperação da aprendizagem.
O Sistema Estácio de Alfabetização e Letramento agrega a alfabetização e letramento em língua portuguesa e matemática com a alfabetização e letramento midiático e informacional, e a modalidade de ensino presencial com o ensino a distância.
O Método da Estácio
O Método Híbrido para alfabetização e letramento em Língua Portuguesa no Sistema Estácio conjuga as teorias e os paradigmas consagrados e os emergentes, assim como as tendências de métodos de alfabetização no país e no exterior.
O Método Híbrido se constitui em um continuum que inicia com a oralidade, tem sequência com a leitura e a escrita até chegar à criação de frases e textos.
Neste método a aprendizagem da leitura e da escrita se dá na perspectiva do letramento, inserida no contexto do alfabetizando, com o seu uso efetivo nas práticas sociais e partindo da compreensão do mundo que o cerca e de uma palavra geradora que seja do seu universo e tenha significado para ele.
O ensino-aprendizagem da leitura e da escrita com o Método Híbrido trabalha a consciência fonética, fonêmica e fonológica.
A construção do conhecimento em língua portuguesa se dá de forma interdisciplinar com matemática e com tecnologia, mídia e informação, e de forma contextualizada com estudos da sociedade e da natureza onde são abordados temas relacionados à história, geografia, ciências, artes, cultura, cidadania, trabalho, tecnologia e outros.
Sobre a Estácio
A Estácio é uma das maiores e mais respeitadas instituições do setor educacional brasileiro. Há 50 anos, proporciona acesso a um ensino de qualidade em larga escala e de maneira única.
Está presente em 23 estados e no Distrito Federal, por meio do ensino presencial, e em todo o Brasil com o ensino digital, contando com mais de 600 mil alunos matriculados.
Atuante em projetos que contribuem para o desenvolvimento social e cultural do País, a Estácio apoia iniciativas ligadas ao Esporte, Escola, Cidadania, Cultura, Inovação e Empreendedorismo.
O Programa de Responsabilidade Social Corporativa Educar para Transformar reflete o compromisso da instituição de oferecer uma educação acessível e de qualidade e, assim, gerar um impacto positivo para a construção de uma sociedade mais justa.
Mais informações sobre a pesquisa do IBGE:
A boa notícia do órgão é que, ao longo do tempo, a taxa está baixando. Em 2016, por exemplo, tínhamos 7,2% de analfabetos no país.
Entre aqueles com 60 anos ou mais, a pesquisa registra queda e o índice atual de analfabetos é de 18%. Em 2018 eram 18,6% e 20,4%, em 2016. A luta contra o analfabetismo ainda é bem grande e uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005/2014, que estabelece o que deve ser feito para melhorar a educação no país até 2024, que vai do Ensino Infantil até a pós-graduação. Esta lei, estabelecia que, em 2015, o Brasil deveria alcançar a meta de 6,5% de analfabetos com 15 anos ou mais, sendo que, em 2024, a taxa deverá zerar.
A pesquisa diagnosticou ainda desigualdades raciais e regionais na alfabetização em nosso país. A taxa de analfabetismo dos brancos é de 3,6% (com 15 anos de idade ou mais), enquanto o índice de analfabetos da população parda e preta chega a 8,9%, segundo os dados do IBGE.
Lamentavelmente, a taxa aumenta entre as pessoas que tem 60 anos ou mais: 9,5% dos brancos e 27,1% dos pretos e pardos não sabem ler e nem escrever. Ela chama a atenção porque essa diferença representa um percentual três vezes maior.
Com relação às regiões do país, a pesquisa realizada entre as pessoas com 15 anos ou mais, o cenário é o seguinte: o Nordeste tem o maior percentual de analfabetos, 13,9%; o Norte, 7,6%; o Centro-Oeste, 4,9%; e as regiões Sul e Sudeste têm as menores taxas, 3,3%.
Já entre os que têm 60 anos ou mais, as taxas são de 37,2%, no Nordeste; 25,5%, no Norte; 16,6%, no Centro-Oeste; 9,7%, no Sudeste; e 9,5%, na região Sul do Brasil. Vale registrar ainda que o Nordeste foi a única região que apresentou um leve aumento da taxa de analfabetismo no período entre 2018 e 2019, entre os jovens, o índice foi bem discreto 0,03 ponto percentual, já entre os mais velhos a variação foi de 0,33 percentual.