Fatores de risco para suicídio: 5 formas de identificar
O Setembro Amarelo é uma campanha que surgiu em 2014 como uma parceria do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria. O objetivo é ressaltar os fatores de risco do suicídio, trabalhar a conscientização de familiares e amigos de pacientes e abordar um assunto delicado, mas que precisa ser divulgado.
Apesar de o mês de setembro marcar essa campanha, o suicídio é um tema que precisa ser olhado de perto diariamente, principalmente quando há números tão alarmantes — como veremos no artigo a seguir.
Continue a leitura e veja quais são os fatores de risco, os sinais e o que fazer quando alguém próximo de você estiver nessa situação.
A doença psíquica: o que acontece antes do suicídio
O suicídio nunca acontece do nada, de uma hora para a outra. Quando uma pessoa chega a esse nível de dor e desistência da vida é porque outros fatores de risco do suicídio já atingiram seus níveis máximos.
Esses fatores estão relacionados a transtornos mentais, que podem começar com sintomas leves até atingirem patamares em que a pessoa nem mesmo levanta da sua cama.
Para contextualizar o que é transtorno mental, estamos falando sobre disfunções cerebrais que afetam o comportamento — desde mudanças de humor até formas de percepção da vida.
No entanto, quais são os transtornos mentais que podem levar a esse triste desfecho? Vamos conhecer os principais fatores de risco para o suicídio.
1. Depressão
A depressão é um distúrbio que pode levar ao suicídio. Trata-se de uma disfunção cerebral que altera as atividades químicas do cérebro. Uma pessoa deprimida tem alterações nos neurotransmissores, impactando a produção de serotonina, noradrenalina e dopamina.
Esse desequilíbrio causa irritabilidade, ansiedade, angústia, desânimo, insônia, aumento ou ausência de apetite, entre os sintomas psíquicos e físicos. Quando eles estão presentes de forma mais intensa, afetam as atividades diárias dos pacientes, podendo levar ao suicídio.
2. Ansiedade
Outro fator de risco do suicídio é a ansiedade. Caracterizada por “viver no futuro”, esse é um transtorno psíquico que leva à preocupação extrema e ao medo excessivo.
Em crises de ansiedade, os pacientes podem apresentar elevação da atividade cardíaca, descontrole da respiração e tremores intensos.
Porém, não confunda com aquele medo normal de apresentar um trabalho na faculdade, por exemplo. Assim como todos os transtornos, a ansiedade precisa ser avaliada e diagnosticada por um médico ou psicólogo.
3. Pânico
A Síndrome do Pânico é caracterizada por crises de intenso medo e mal-estar que levam a sintomas físicos, como dor no tórax, medo de morrer ou perder um familiar, agitação, calafrios, disfunções gastrointestinais, desmaios e tudo isso de forma muito intensa.
Em pacientes mais graves, o medo de morrer é tão intenso e sufocante que a pessoa pode atentar contra a própria vida para resolver essas sensações de angústia, medo e ansidade intensos. Além disso, o risco do suicídio é ainda mais intensificado quando a pessoa apresenta mais de um transtorno, como ansiedade e depressão.
Nem sempre quem está em crise tem consciência de que é um momento passageiro. Por isso, quem observa de fora tem o papel importante de identificar fatores de risco.
4. Transtorno Afetivo Bipolar
Outro distúrbio associado ao suicídio é o Transtorno Afetivo Bipolar, marcado por mudanças súbitas de humor e variações intensas entre euforia e depressão.
Essa montanha-russa de sentimentos está entre os distúrbios psíquicos que mais levam ao suicídio — uma estimativa de 30% a 50% dos diagnosticados com essa condição já atentaram contra a própria vida, segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar.
5. Transtorno de Personalidade Limítrofe
O TPL é um distúrbio neuropsíquico caracterizado pelo medo intenso da rejeição, abandono e de não ser aceito por ninguém ou nenhum grupo social. Além de dificuldades em relacionamentos e mudanças de humor, os sintomas do TPL incluem comportamento suicida, impulsivo e autodestrutivo.
Além disso, estima-se entre 8% e 10% de pessoas diagnosticadas com o Transtorno de Personalidade Limítrofe morrem devido ao suicídio.
O Brasil é um país ansioso e deprimido
No Brasil, a ansiedade e a depressão já são chamadas de doenças do século, sendo que o número de pacientes com esses tipos de transtornos saltaram durante a pandemia.
Para você ter uma ideia, esse número aumentou cerca de 25% durante os últimos três anos, fazendo com que o Brasil continuasse líder em pacientes com ansiedade e depressão.
Desse aumento, foram identificados, em 2019, mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem considerar os casos que não são notificados — podendo estimar um número entre um milhão de casos de pessoas que deram fim à própria vida.
A preservação da saúde mental no mundo globalizado se tornou um desafio, principalmente por problemas que se intensificaram nos últimos anos, como:
- Desemprego;
- Pressão no trabalho;
- Inseguranças emocionais e financeiras.
Diante disso, é preciso buscar ajuda profissional e maneiras de aprender como cuidar da saúde mental e emocional. Porém, é imprescindível que essa orientação venha de profissionais da saúde.
Infelizmente, o acesso à tecnologia também abre espaço para informações sem embasamento médico e científico, podendo agravar sintomas de transtornos mentais ou, até mesmo, problemas com automedicação.
Fatores de risco do suicídio: formas de intervir diante de uma situação crítica
O que fazer frente a um fator de risco para o suicídio? Como pessoas próximas podem lidar com pessoas diagnosticadas com transtornos psíquicos?
Em casos mais intensos e momentos de crise, a primeira atitude deve ser de intervenção. Tente conversar com a pessoa de forma acolhedora, calma e sem julgamentos, deixando claro que está ali para ajudar.
Também é importante deixar a pessoa falar, pois, muitas vezes, ela precisa colocar para fora toda aquela imensidão de sentimentos e tristeza. Além disso, em locais de risco, não deixe a pessoa sozinha.
Feito isso, é imprescindível que incentive a pessoa a buscar ajuda antes, durante e após as crises. Caso esteja diante de uma grave crise, não hesite em ligar para hospitais e pronto-socorro para intervenção médica.
Os fatores de risco para suicídio precisam ser acompanhados e tratados por psiquiatras e psicólogos. Então, ao menor sinal de transtornos e distúrbios emocionais e comportamentais, não hesite em buscar ajuda ou encaminhar a pessoa aos profissionais certos. Distúrbios psíquicos não são “frescura”.
Como a Estácio atua em situações críticas
A Estácio disponibiliza atendimento psicológico para a comunidade, colaboradores e alunos. É uma forma de ajudar promovendo a melhora da saúde mental de pacientes e contribuindo para a formação de profissionais da área. Isso porque, os atendimentos são feitos por estudantes do curso de psicologia, que estão sempre acompanhados pelo professor responsável.
Os alunos podem atender a partir do 4º ano ou do oitavo período. Esse também é o momento em que eles devem participar de estágios obrigatórios à integralização do currículo. Porém, sempre há a oportunidade de o estudante procurar, por conta própria, um estágio extracurricular, não obrigatório e regulado por um termo de compromisso assinado pelas três partes (aluno, empregador e Estácio).
O atendimento psicológico oferecido pela Estácio beneficia a comunidade das regiões em que é ofertado. Todos podem ter acesso, mas com uma exceção: quando os alunos são do próprio curso da unidade, não devem ser atendidos.
Existem várias unidades espalhadas pelo Brasil que possuem essa estrutura:
- Unidade Constantino Nery no Amazonas;
- Duque de Caxias no Rio de Janeiro;
- Estácio Teresina;
- Estácio Friburgo;
- Estácio Campus Maracanã;
- Estácio Porto Alegre.
Isso para citar apenas algumas. Caso queira atendimento, é só comparecer à unidade da Estácio mais próxima e verificar a disponibilidade.
Leia mais conteúdos no blog e acompanhe as nossas redes sociais para saber mais sobre cuidados relacionados ao Setembro Amarelo. Esperamos você no Facebook, YouTube e Instagram!