O pequeno Príncipe em Florianópolis

aspas de Antoine de Saint-Exupéry, com o perfil do escritor na foto

Acho divertida a ignorância siderúrgica daqueles que dizem que o autor de “O Pequeno Príncipe” nunca esteve em Florianópolis por não haver fotos e documentos comprovando sua presença na cidade. 

Alguns pescadores e seus descendentes contam em detalhes que Antoine de Saint-Exupéry esteve, não uma, várias vezes na Ilha. Eles o conheciam por Zé Perri.

O escritor esteve também em Pelotas. E também no Uruguai, na Argentina, no Chile, na Bolívia.

O famoso escritor e aviador francês descia no Campeche, localidade cujo nome é de provável origem maia, língua ainda hoje falada no México, pela composição “kam”, serpente, e “pech”, carrapato, designando lugar de serpentes e carrapatos. O étimo “kam” pode ser alteração de “kim”, picadora, qualificando o carrapato com tal característica. 

O aeroporto, talvez chamado campo de aviação na época, descia nos arredores do morro do Campeche, onde faziam escala os aviões postais que serviam o Sul. 

Ele desceu várias vezes ali, então o único aeroporto do Estado, registrando as escalas no livro “Vôo Noturno”, um de seus mais conhecidos livros, prefaciado por André Gide (1869-1951). 

O autor de “O Pequeno Príncipe” conviveu com os nativos, sendo famosa a amizade com um pescador analfabeto, Manoel Rafael Inácio (1909-1993), registrada no livro “Zé Perry e o Deca”, de autoria de seu filho, Getúlio Manoel Inácio, habitante de uma travessa da Avenida Pequeno Príncipe, no Campeche. Era poética a aterrissagem, guiada pelos lampiões dos moradores.

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