É possível trabalhar enquanto estuda Medicina?
Muitas pessoas que sonham em estudar Medicina têm sérias dúvidas quanto à viabilidade de trabalhar ao longo da graduação. Isso acontece devido às comparações com outros cursos superiores. Afinal, muitos deles possibilitam que o estudante seja inserido no mercado de trabalho antes mesmo de se formar.
Em alguns casos, esse ingresso é até estimulado via programas de estágio (obrigatórios ou não). Mas quais são as chances de conseguir trabalhar e estudar Medicina ao mesmo tempo?
Para chegar a uma boa resposta, é preciso percorrer a trilha a ser seguida pelos graduandos do curso. Ao término deste artigo, você terá uma visão bem nítida a respeito da possibilidade de conciliar trabalho com essa formação acadêmica tão particular em diversos aspectos. Venha com a gente!
Como é a carga horária do curso de Medicina?
É preciso ter em mente é que a adaptação a um curso superior depende do rol de características e habilidades pessoais de cada pessoa. Dito isso, um dos pontos que mais chamam a atenção no perfil do estudante de Medicina é a dedicação de tempo quase integral aos estudos. A própria grade do curso, inclusive, já é montada com base nessa expectativa.
Todo curso superior de qualidade contempla um conjunto de disciplinas, divididas harmonicamente entre todos os semestres necessários para a conclusão da graduação. Assim como várias outras formações superiores, a Medicina também necessita, inicialmente, de um espaço para o acúmulo teórico.
Em um segundo momento, o estudante precisa praticar todo aquele conteúdo, a fim de compreender como ele é inserido e moldado no corrido cotidiano médico. Acontece que o começo da prática, ou seja, quando você inicia o primeiro contato com os pacientes, por exemplo, é acompanhado pela continuidade da carga teórica da grade curricular.
Para visualizar tudo isso que estamos falando e descobrir quanto tempo dura o curso de Medicina, acompanhe os detalhes a seguir!
Conteúdo teórico básico
Com relação ao tempo total do curso, o mínimo exigido são 6 anos, subdivididos em três fases. Assim, nos primeiros dois anos, o aluno recebe um denso material que aborda um vasto conjunto de conceitos da área médica. Considere esta etapa como uma espécie de retomada de diversas teorias que foram apenas pinceladas no decorrer do Ensino Médio.
Algumas das matérias tratadas são anatomia, genética, fisiologia e biologia. Contudo, como você já deve imaginar, o viés e o nível de aprofundamento dessas disciplinas durante o curso são completamente distintos do resumo apresentado em qualquer ano do período escolar anterior.
Basicamente, isso significa que, além de acompanhar as aulas expositivas dos docentes, é necessário reservar um bom tempo para cumprir a carga de leitura inerente a cada matéria. De modo geral, as referências bibliográficas são longas, previamente selecionadas e atualizadas (quando necessário) pelo professor em questão.
Soma-se a isso o fato de que um curso de Medicina de excelência é caracterizado pela oferta de plataformas digitais, presentes em laboratórios diversificados e modernos. Neles, você tem a oportunidade de adiantar a fase prática da graduação. Desde que sejam bem-equipados, os labs projetam a anatomia de corpos humanos em realidade 3D e disponibilizam mesas digitais, usadas para estudo de casos clínicos e treinamento de técnicas cirúrgicas.
Por esses motivos, criar e manter uma boa rotina de estudos é fundamental para que você não se perca no meio do caminho. Permanecer na mesma faixa de sintonia de aprendizagem da turma em um curso como este requer muita disciplina, tempo para estudar e, sobretudo, concentração. Correr atrás do prejuízo pode ser extremamente complicado, sob pena de colocar o projeto da graduação em risco.
Início da fase prática
Contanto que o estudante tenha se empenhado o suficiente no decorrer dos primeiros anos do curso, ele chegará pronto para começar essa próxima etapa. O cuidado anterior é indispensável para que o aproveitamento da fase prática seja o melhor possível.
Seguindo a sequência pré-programada, desta vez o curso pede que o aluno alie a experiência prática com o estudo da evolução de doenças, epidemias e pandemias. Assim, ganha destaque o funcionamento, no mundo real, das mais variadas abordagens terapêuticas. Como nem só de remediar vive a Medicina, as formas eficazes de prevenção também ganham vez.
Cabe a você, estudante, observar e registrar, por meio de suas anotações pessoais, as diferentes relações entre sintomas e doenças, além das reações dos pacientes aos tratamentos propostos. Quem pretende trabalhar e estudar Medicina simultaneamente a essas tarefas precisa ser uma pessoa que disponha de um imenso poder de organização e de concentração.
Quais são as práticas do estudante de Medicina?
Finalmente, você estará apto a realizar o tão sonhado internato. Terceira fase do curso, ele corresponde ao estágio obrigatório. Portanto, não o confunda com a residência, período efetuado após a obtenção do título de bacharel. Depois de pensar bem a respeito das especializações em Medicina, você inicia a residência para aprofundar a formação na área escolhida.
Observe que o internato cumpre um papel determinante na seleção da especialização da sua residência. Enquanto passa parte do seu tempo em ambulatórios e hospitais, você acumula experiência e passa a delinear melhor o seu futuro profissional. Com a devida supervisão e orientação de um médico experiente, é possível tirar grandes lições de todo o período.
Ao longo do internato, você tem a chance de exercitar a qualidade da sua anamnese, ser assistente de intervenções cirúrgicas, além de atuar como plantonista. Quando estiver nessa parte do processo de formação, o estudante deve aproveitá-la ao máximo. É hora de fazer muitas perguntas aos diferentes especialistas e tirar todas as dúvidas.
Quando o estudante de Medicina pode entrar no mercado de trabalho?
A partir do momento em que finaliza o internato, você completa os 6 anos mínimos requeridos para se graduar em Medicina. Isso quer dizer que você já será um clínico geral e, portanto, poderá atuar como tal. No entanto, vale salientar a importância de só ir para o mercado de trabalho quando estiver pronto para encarar os desafios.
Nesse sentido, o ideal é que a dedicação à formação seja plena e ininterrupta, o que dificulta a tentativa de conciliar trabalho com o estudo. Por conta do elevado grau de responsabilidade correlacionado à profissão médica, muitas pessoas até optam pelo aperfeiçoamento dos estudos por meio da residência.
Considerar todos os fatores que apresentamos aqui e refletir sobre seus respectivos impactos é essencial para qualquer pessoa que queira ser médico. Trabalhar e estudar Medicina ao mesmo tempo não é necessariamente impossível. Porém, fica evidente que as dificuldades tendem a ser redobradas, já que o trabalho costuma retirar parte do foco e da energia do aluno. Como consequência, a qualidade da graduação pode ficar comprometida.
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