Medicina Regenerativa: o que é e como atuar nessa área?
Você já sabe que a Medicina é uma área bastante ampla, que oferece diversas possibilidades de estudo e atuação profissional. Afinal, existem especialidades em diversas modalidades — como Clínica Médica, Cirurgia, Medicina Integrativa, Ginecologia e tantas outras —, o que abre portas para que você atue com os mais diversos sistemas do corpo humano, adaptando a sua escolha aos seus interesses e competências.
Dentre as diversas subáreas da Medicina, está a Medicina Regenerativa. Mas, você já ouviu falar sobre ela? Entende o que faz o médico que atua nesse setor e quais são os benefícios de investir nessa carreira? Sabe como está o mercado para quem escolhe a Medicina Regenerativa como área de estudo? Se não, está na hora de descobrir.
Continue a leitura do nosso artigo completo e entenda tudo sobre a Medicina Regenerativa agora mesmo!
O que é Medicina Regenerativa?
A Medicina está em constante atualização e, dessa forma, surgem novas áreas que integram as evoluções tecnológicas e pesquisas mais recentes. Entre essas novas áreas, está a Medicina Regenerativa.
Surgida em 1997, quando um grupo de pesquisadores descobriu que o plasma rico em plaquetas era capaz de regenerar ossos da mandíbula, a Medicina Regenerativa é a área que estuda formas de recuperar e, inclusive, regenerar tecidos, órgãos e outras estruturas do corpo humano que foram danificados. Dessa forma, ela busca solucionar o problema, que pode ter acontecido devido a uma doença ou a um trauma, recuperando o bom funcionamento do tecido o órgão em questão.
Um exemplo pode ajudar você a entender melhor como esse médico atua. Imagine alguém que, devido a uma hepatite, sofre de lesões no fígado. Essas lesões comprometem o bom funcionamento do organismo como um todo, prejudicando diversas atividades do indivíduo na sua rotina diária.
Na Medicina tradicional, o médico busca a solução do problema mais por meio do alívio dos sintomas. Ele pode remover a área prejudicada do fígado, buscar um transplante ou receitar remédios que cumprem as funções prejudicas do órgão. O fígado não se recompõe, mas é possível permitir que o indivíduo siga a sua vida com relativa normalidade, desde que tome cuidados para o resto da vida.
Porém, a Medicina Regenerativa tem uma outra abordagem do problema. Isso porque, nessa área, o objetivo é recuperar o que foi perdido. Ou seja, ela busca meios de regenerar o fígado para curar as regiões lesadas e permitir a volta do funcionamento normal do órgão.
Para isso, a Medicina Regenerativa usa o que há de mais moderno na atualidade. Ela combina técnicas de Engenharia de tecidos, órgãos artificiais, terapias celulares e outras para tentar fazer com que o próprio organismo volte a funcionar normalmente. Com isso, o indivíduo poderia ter uma vida totalmente normal, sem depender de outros cuidados ou medicamentos para o resto da vida. Afinal, o seu órgão danificado foi regenerado.
Qual é a importância dessa área?
A Medicina Regenerativa é uma área de extrema importância para a sociedade atual, tanto em relação ao que ela já está fazendo quanto em relação ao seu potencial para os próximos anos.
Isso porque, como apresentamos anteriormente, a Medicina tradicional ainda enfrenta uma série de limitações em relação a danos irreparáveis em órgãos e tecidos. Para entender melhor, basta olhar para a fila de espera por doação de órgãos. Todas essas pessoas precisam de um novo órgão porque os danos aos que elas possuem são considerados como irrecuperáveis, e isso pode limitar a vida delas.
Com a Medicina Regenerativa, a proposta é que existam protocolos e tratamentos para todos esses casos. O coração danificado poderia ser incentivado a se recuperar totalmente, sem a necessidade de um novo órgão. Essa área da Medicina é capaz de abrir portas e dar esperança para pessoas que, antes, não tinham outra opção.
Porém, a sua importância ainda pode ir além. Afinal, ela proporciona não apenas esperança, mas de qualidade de vida e recuperação de funções. Para a Medicina Esportiva, por exemplo, a Medicina Regenerativa pode ser a esperança de recuperar ligamentos, cartilagens e lesões musculares de atletas que sofreram lesões ou traumas ao longo da carreira. Dessa forma, o jogador de futebol que precisou se aposentar por não ter mais condições físicas devido a uma lesão teria uma outra alternativa, por exemplo.
Para quem sofreu acidentes e apresenta alguma paralisia devido a lesões na coluna, a Medicina Regenerativa também traz nova esperança. Afinal, hoje essas lesões são irrecuperáveis, forçando os pacientes e se adaptarem às limitações dos seus corpos. Porém, com a Medicina Regenerativa, há chances de que se descubra uma forma de permitir a recuperação desse tecido e, com isso, reverter a lesão.
Portanto, como você pode perceber, a Medicina Regenerativa é sinônimo de esperança para muitas pessoas. Ela ainda é uma ciência em desenvolvimento, o que significa que, por ter uma origem recente, ainda não é capaz de realizar todos esses feitos. Porém, alguns protocolos já estão em uso, permitindo que muitas pessoas se recuperem de eventos e doenças que não seriam possíveis anteriormente.
Além disso, o potencial é enorme. Isso significa que ainda há muito para ser estudado e feito no que se refere à Medicina Regenerativa, mas a chance de que ela se torne uma alternativa para muitas pessoas é grande.
Quais são os campos da Medicina Regenerativa?
Agora que você já sabe o que é a Medicina Regenerativa e qual é a importância do surgimento e desenvolvimento dessa área, é hora de entender mais sobre os campos de atuação que ela oferece. Veja quais são os principais deles!
Terapias celulares
Uma das áreas de atuação da Medicina Regenerativa é a partir da regeneração das células. Essa área se apoia, em grande parte, nos estudos desenvolvidos acerca do uso das células-tronco. Esse tipo celular, muito famoso por sua presença em fetos e cordão umbilical, também está presente no organismo dos adultos, podendo ser usado para regenerar tecidos danificados.
Isso porque as células-tronco são tipos de células que ainda não têm uma “identidade”, ou seja, ainda não se diferenciaram. Elas não são células da pele ou do coração, por exemplo, podendo se transformar em diversos tecidos dependendo do estímulo que recebem.
Dessa forma, a Medicina Regenerativa está usando as células-tronco coletadas do adulto para regenerar tecidos. Elas são coletadas do próprio organismo da pessoa que precisa do tratamento e inseridas no local que deve ser reparado. Em termos simples, há chances de que essas células se diferenciem e regenerem o tecido lesado, permitindo o seu funcionamento normal novamente.
Engenharia de tecidos e biomateriais
Quem disse que Engenharia e Medicina não têm nada a ver em comum está muito enganado. Pois saiba que essa subárea da Medicina Regenerativa usa das técnicas e tecnologias da Engenharia para criar materiais compatíveis com o corpo humano e ajudar as células a se regenerarem.
Uma das técnicas mais utilizadas por essa área é a criação de dispositivos que são implantados no local em que o tecido deve ser formado, ou seja, onde há uma lesão. Dessa forma, as células migram para o lugar, criando um novo tecido e, com isso, regenerando o órgão ou estrutura danificada.
Tudo isso se apoia na criação de materiais compatíveis com o corpo humano. Isso significa que estão sendo desenvolvidos, em laboratório, tecidos sintéticos ou materiais que não são rejeitados pelo corpo para serem usados nesse tipo de procedimento.
Assim como a Medicina Regenerativa como um todo, a Engenharia de tecidos e biomateriais ainda é uma área bastante recente, que tem muito a se desenvolver. Porém, já há procedimentos autorizados que estão ajudando muitos pacientes a se recuperarem, e o campo de oportunidades para novos estudos é vasto.
Órgãos artificiais e dispositivos médicos
Já falamos sobre como a Medicina Regenerativa pode ajudar a reduzir a necessidade de transplantes, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e evitando que eles fiquem em uma situação extremamente vulnerável esperando um órgão de um doador. Mas, você sabe como isso pode ser feito?
Para além da recuperação dos tecidos lesados, a Medicina Regenerativa já está criando, também, equipamentos artificiais que fazem a função — ou, pelo menos, alguma das funções — de determinado órgão. É o caso dos órgãos artificiais.
Dessa forma, em vez de esperar por um doador na longa fila de espera por órgãos, o paciente pode substituir o órgão que não tem mais recuperação por um artificial. Dessa forma, além de continuar sua vida normalmente, o paciente evita uma série de remédios e precauções que teria que ter, caso realizasse o transplante.
Se pareceu coisa de filme de ficção científica, fique sabendo que essa já é uma realidade. Apesar de ainda ser necessária muita pesquisa para que a área evolua, já existem pacientes usando equipamentos artificiais para a circulação sanguínea, complementando a atividade do coração.
Regeneração de tecidos
Um campo que vem ganhando muito destaque na Medicina Regenerativa é a regeneração de tecidos, principalmente o muscular. Isso porque esse é um tecido difícil de ser reposto no caso de perda, o que acarreta uma série de problemas para o paciente. Afinal, o tecido muscular, além de ser o responsável pelo movimento dos ossos e, consequentemente, do corpo como um todo, também faz parte da composição de órgãos e é responsável por funções vitais do ser humano, como a respiração.
Dessa forma, os médicos especializados nessa área estão buscando meios de regenerar esses tecidos, principalmente quando há a perda de grandes volumes. Antes da Medicina Regenerativa, isso era feito com enxertos ou outras terapias que, apesar de permitir a vida do paciente, podiam comprometer o funcionamento do músculo. Com a regeneração, o músculo volta ao seu estado normal, recuperando a parte perdida.
Isso é possível com pequenas partes de músculos, na atualidade. Porém, os cientistas e médicos ainda estão trabalhando arduamente para garantir que seja uma possibilidade também para quem perdeu grandes volumes de músculos, sendo uma área que ainda apresenta muito espaço para a pesquisa e o avanço científico.
Quais são os princípios desse ramo da Medicina?
Assim como todas as outras áreas da Medicina, a regenerativa também tem uma série de princípios. Ou seja, mesmo que os avanços se mostrem promissores, existem compromissos éticos e de cuidado com o paciente aos quais ela precisa obedecer. E isso é ainda mais importante quando se fala de uma área tão nova e em crescimento e evolução como é o caso dessa.
Assim, todos os tratamentos precisam seguir os protocolos bioéticos estabelecidos. Isso significa que o médico só pode indicar tratamentos já testados e aprovados pelas instituições e órgãos responsáveis. No caso de pesquisas, é essencial que elas tenham a aprovação do comitê de ética e que o paciente esteja totalmente ciente de que está participando de um procedimento experimental, sem comprovações científicas.
Isso porque a Medicina Regenerativa ainda enfrenta algumas questões polêmicas. A principal delas é o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas. Essas células têm grande potencial, uma vez que são a origem de todos os órgãos e estruturas do organismo vivo. São células não diferenciadas, mais potentes do que as encontradas nos adultos.
Porém, para o uso dessas células, é necessário destruir o embrião que, na verdade, não seria fecundado. Mas, devido a questões éticas, morais e religiosas, isso ainda é polêmico, uma vez que alguns grupos consideram esse processo como uma interrupção da vida.
Dessa forma, voltamos aos princípios da Medicina Regenerativa, que sempre deve respeitar as leis e normas do país e dos órgãos médicos locais. Além disso, deve-se respeitar os direitos do paciente e prezar sempre por fazer o bem e trazer contribuições efetivas para a saúde e qualidade de vida. Portanto, seja no consultório ou laboratório de pesquisa, o respeito, a transparência e a bioética são imprescindíveis para a atuação do profissional.
Quais são os benefícios de atuar nessa área?
Agora que você já entende mais sobre as questões éticas e o funcionamento da Medicina Regenerativa, está na hora de descobrir quais são os benefícios de atuar nessa área. Veja agora os principais deles!
Carreira promissora
A Medicina Regenerativa é uma área muito nova, como você pode perceber. Dessa forma, a carreira é extremamente promissora. Afinal, ainda existem poucos profissionais no mercado que atuam nesse setor, o que abre portas para que você encontre oportunidades incríveis de trabalho ao longo da sua jornada profissional.
Ao atuar nesse segmento, você pode se especializar, por exemplo, em Medicina do Esporte, tornando-se uma referência na área. Além disso, pode ser um especialista extremamente requisitado por diversos pacientes. Ao contrário de tantas outras áreas da Medicina, a concorrência é mais baixa, por não terem tantos profissionais atuando, e você tem chances de crescer e se desenvolver rapidamente.
Trabalho em uma área inovadora
Você quer fazer algo que rompa com os paradigmas tradicionais e vá na direção do que há de mais novo na Medicina? Pois saiba que a Medicina Regenerativa pode ser o melhor caminho para isso! Afinal, essa área é extremamente nova, tendo surgido apenas em 1997.
Dessa forma, ela ainda está em expansão, realizando novas descobertas a todo momento. Ou seja, é uma das áreas mais inovadoras do campo. Portanto, quando você escolhe atuar na Medicina Regenerativa, posiciona-se à frente do que já é habitual, buscando sempre a inovação e se mantendo em constante atualização.
É um ramo relativamente novo
Além de todas essas vantagens, ainda vale lembrar que essa é uma área nova, que abre portas importantes, inclusive para a pesquisa. Ou seja, você é capaz de se inserir entre a prática e a ciência, sempre retroalimentando uma à outra.
Isso significa que você pode entrar na Medicina Regenerativa a partir da ciência, tornando-se um pesquisador da área e realizando estudos clínicos, sempre baseados nos conceitos da bioética. Porém, também pode estar na prática, mas sempre com um pé na ciência. Por ser uma área relativamente nova, uma nunca é desvencilhada da outra — o que significa que você se insere nesse lugar privilegiado de cientista que também atua no dia a dia dos pacientes.
Como atuar na área da Medicina Regenerativa?
Quer atuar na área da Medicina Regenerativa, mas não sabe por onde começar? Calma, que vamos explicar como isso pode funcionar na prática!
Esse processo pode começar enquanto você ainda está na faculdade. Isso porque você pode buscar por grupos de pesquisa, estágios ou professores que tenham conhecimento na área e pedir para participar de encontros ou estudos, mesmo que seja como observador. Dessa forma, já começa a entender o que há de mais novo na área, conhece as pessoas que atuam nela e se insere nessa carreira.
Também é importante lembrar que existem eventos específicos sobre a Medicina Regenerativa. Isso quer dizer que, ao longo do ano, são promovidos congressos, simpósios, grupos de discussão e outras atividades relacionadas à Medicina Regenerativa, nas quais participam tanto os pesquisadores da área quanto profissionais que estão atuando.
Participar desses eventos, desde a época da faculdade, também pode ser uma ótima forma de conhecer a rotina e as pessoas que já se inseriram nela. Você também fica por dentro de diversos estudos e achados recentes e aprende muito ao longo de todo o evento.
Mas, e após a formatura? Geralmente, depois disso, os médicos fazem residência em hospitais ou outras instituições de saúde, como uma forma de adquirirem o título de especialistas e terem mais experiência prática na área escolhida. Apesar de poder realizar uma residência, principalmente se já tiver um campo de atuação definido dentro da Medicina Regenerativa, ainda não existem residências específicas para essa área no Brasil.
Isso não significa que você não tem meios de aprender e atuar no campo! Existem especializações e cursos promovidos por instituições de qualidade, com renome internacional. Ao realizar uma especialização em Medicina Regenerativa, você se torna um especialista na área, mesmo sem ter feito uma residência específica nesse setor.
Além disso, você também pode investir na carreira científica. Há cursos de mestrado em Medicina Regenerativa, Biomateriais, Engenharia de tecidos e outras áreas relacionadas. Com isso, você pode, inclusive, iniciar uma pesquisa totalmente inovadora, já começando com pé direito na área que deseja.
Como é a absorção desses profissionais no mercado de trabalho?
Você concluiu o seu projeto Medicina e se especializou em Medicina Regenerativa. E agora? Como é a inserção desses profissionais no mercado de trabalho? Saiba que existe um mercado promissor para quem escolhe essa carreira. E isso pode ser associado com outras especialidades, o que abre ainda mais espaço para a sua inserção profissional.
Você pode, por exemplo, trabalhar em uma clínica especializada em Medicina Regenerativa, escolhendo uma dentre as diversas opções que existem no país. Também é possível se inserir em laboratórios de pesquisa, tornando-se cientista especialista na área.
Vale destacar que existem clínicas que, mesmo sem a especialização em Medicina Regenerativa, precisam desses profissionais. É o caso, por exemplo, de clínicas especializadas em doenças crônicas, doenças degenerativas e, até mesmo, clínicas de dor. Afinal, esses são campos nos quais o profissional especializado em Medicina Regenerativa tem muito a contribuir.
Por fim, é importante lembrar que uma opção de carreira é realizar mais de uma especialização, combinando os conhecimentos da Medicina Regenerativa com os de outra área do conhecimento. Você pode se formar em Ortopedia e em Medicina Regenerativa, por exemplo. Com isso, é possível combinar ambos os segmentos para potencializar os tratamento de pacientes, auxiliando na recuperação dos mais diversos tipos de lesões.
Com este artigo, você descobriu tudo sobre Medicina Regenerativa, não é mesmo? Entendeu o que é essa área nova e inovadora da Medicina, quais são os seus princípios e subáreas e como iniciar a sua carreira no setor. Também entendeu como é a absorção dos profissionais que escolhem esse caminho e os benefícios de seguir essa trajetória.
Portanto, se você tem interesse em Medicina Regenerativa, aproveite e continue estudando sobre as oportunidades e subáreas existentes. Afinal, a sua carreira depende das escolhas que realiza desde de antes de entrar na faculdade.
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