Medicina do Trabalho: conheça as possibilidades de atuação

Medicina do trabalho
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Quando se fala sobre médicos, a associação entre eles e hospitais, clínicas e postos de saúde é automática, não é mesmo? Porém, a verdade é que essa área, além de contar com diversas especialidades, também é bem plural quanto aos ambientes de atuação. Um exemplo que comprova isso é justamente o ramo da Medicina do Trabalho.

Mas espere: você não sabe ao certo o que é esse campo e quais as atividades que o médico desenvolve nele? Então, acompanhe nosso post para conhecer melhor essa carreira e o peso que ela tem para o mercado em geral!

O que faz um médico do trabalho?

Esse profissional atua como um fiscalizador da saúde e do bem-estar das pessoas no mercado de trabalho. Ler isso pode parecer um pouco estranho em um primeiro momento, mas a gente explica melhor.

É que, de acordo com o Decreto-Lei nº 5452/43, que é a legislação que rege os contratos de empregos formais no nosso país, fica determinado que as empresas devem solicitar aos funcionários que façam alguns exames médicos. Isso vale para todos os setores (educação, varejo, hotelaria etc.). 

Esses exames sempre ocorrem em três momentos diferentes. São eles: assim que os funcionários são contratados, quando já estão há um determinado tempo no serviço e quando são desligados da função que exerciam.

O objetivo é simples: assegurar que esses colaboradores, desde o momento em que entram na organização até seu último dia de atividade, estão com a saúde física e mental em dia.

Para tanto, essas pessoas não se consultam com qualquer médico, mas, sim, o médico do trabalho. É ele o responsável por avaliar o estado clínico de cada indivíduo e se certificar de que tanto o local de atuação quanto as atividades desempenhadas são adequados para o sujeito a curto, médio e longo prazo.

Por exemplo, alguém que tenha um histórico de problemas na coluna (como lordose e hérnia de disco) não pode ter um emprego que envolva levantamento repetitivo de peso, como o de encaixotador e transportador de mercadorias. Do contrário, essa pessoa tem grandes chances de sofrer uma lesão e comprometer seriamente os próprios movimentos.

Portanto, o médico vai fiscalizar atentamente essas questões para, posteriormente, produzir um laudo, que deverá ser entregue à empresa. Esse documento, como você já deve imaginar, é o que vai definir a continuidade ou não da pessoa no emprego.

Recapitulando o papel do médico do trabalho: além de agir preventivamente para que as pessoas não desenvolvam enfermidades relacionadas à ocupação que têm, o profissional da área também contribui para evitar o agravamento de quadros clínicos já existentes devido à prática regular de certas funções laborais. Afinal, sem saúde, todas as esferas da vida ficam comprometidas, o que inclui a pessoal, a acadêmica e, é claro, a profissional.

Quais as opções de atuação na Medicina do Trabalho?

O médico que escolhe a Medicina do Trabalho não vai atuar em centros hospitalares e ambulatoriais, como acontece com um pediatra, um nutrólogo ou um ginecologista.

Ele prestará, sim, atendimento clínico, mas dentro do departamento de Desenvolvimento Pessoal de empresas de grande porte, em clínicas e consultórios ocupacionais, em agências de segurança do trabalho, em órgãos públicos (como a Previdência Social) e sindicatos das mais variadas categorias profissionais.

Outra possibilidade de atuação é seguir a pesquisa científica e a docência acadêmica, atuando em faculdades e centros de pesquisa sobre saúde e atividades laborais.

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Quanto ganha um profissional da área?

De acordo com um levantamento da rede Salário, a remuneração de um médico do trabalho não deixa a desejar. Em média, ele recebe R$ 8.333,78 para uma jornada de atuação inferior a 30 horas semanais. Porém, em muitos estados do país, esse profissional ganha ainda mais.

É o caso de Goiás (R$ 12.130,03), Pará (R$ 11.649,73), Mato Grosso do Sul (R$ 9.747,37) e Rio Grande do Norte (R$ 9.417,06). Portanto, não dá para negar: essa é uma carreira bem promissora quando o assunto é retorno financeiro.

Como se tornar um médico que atua nessa área?

Há dois caminhos possíveis. O mais tradicional é por meio da especialização em Medicina do Trabalho. Um curso com duração de 24 meses e que pode ser iniciado logo após a conclusão da sua faculdade de Medicina.

Nessa formação, você estuda a evolução da Medicina e a relação que ela tem com a promoção de uma sociedade mais produtiva e apta a diferentes ocupações físicas.

Para completar, ainda acontece um aprofundamento nas principais patologias desenvolvidas (e potencializadas) nos ambientes de atuação por conta de riscos químicos, ergonômicos, psicológicos e sociais aos quais as pessoas são submetidas diariamente.

Já o segundo caminho é a partir de uma residência médica em Medicina do Trabalho, que dura dois anos. Agora, você deve estar se perguntando o motivo disso, não é mesmo?

Afinal, uma das características mais marcantes das residências médicas é que elas são feitas em instituições de saúde. Contudo, como já falamos, o médico do trabalho não atua nesses ambientes. Parece contraditório receber essa qualificação profissional justo nesses locais, não é mesmo?

Porém, há um motivo para que isso ocorra: é que a residência terá foco no desenvolvimento de habilidades técnicas de avaliação clínica e anamnese — que é a prática da interação com o paciente e a investigação do histórico de saúde tanto familiar quanto dele próprio.

Ou seja, atividades que são rotineiras nos espaços hospitalares, mas não são exclusivas deles, já que também são cruciais para uma Medicina humanizada e focada nos trabalhadores. Basta ter em mente que essas pessoas demandam uma oferta de atendimento e perícia personalizados para tratar enfermidades e seguir com suas vidas profissionais.

Qual é o perfil do médico do trabalho?

Quem escolhe a carreira da Medicina do Trabalho costuma apresentar um perfil bem parecido, sabia? Isso, porque há um conjunto de habilidades que são indispensáveis para você prestar um atendimento clínico eficiente, empático e ético.

Por exemplo, é preciso ser um bom ouvinte e paciente com o outro, gostar de se comunicar e interagir com diferentes pessoas, ter um senso de investigação aguçado e saber lidar com pacientes que apresentem transtornos emocionais e psicológicos.

E então, gostou de se inteirar sobre o que é a Medicina do Trabalho e o que é feito nela? Se você deseja ser acadêmico de Medicina, já sabe: continue pesquisando sobre os campos de atuação que pode seguir ao se formar. 

Além de descobrir novas possibilidades de carreira, você terá como se antecipar sobre quais especializações/residências fazer e o perfil profissional necessário para cada uma delas!

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