Faculdade de Medicina: guia completo sobre o curso!

Por mais que seja uma das profissões mais antigas e tradicionais do mundo, muita gente tem dúvidas sobre como é a formação de um médico. Essas questões são ainda mais acentuadas quando se trata de vestibulandos que sonham em fazer a faculdade de Medicina, mas desconhecem como é o dia a dia dentro dos campi.
Você pode estar se perguntando, por exemplo, o que é estudado nas aulas, quais as atividades extraclasse, como o curso é estruturado, quais as opções para depois de formado e por aí vai.
Por essa razão, resolvemos reunir todas as informações que você precisa sobre a graduação em medicina neste post. Além disso, ainda trouxemos alguns dados para lá de interessantes sobre a carreira de médico. Ficou com curiosidade? Então, continue lendo e saiba mais!
O que significa ser médico?
Ser médico significa assumir uma carreira de comprometimento contínuo com a promoção da saúde. Uma tarefa que não é simples, pois envolve muito estudo, uma demanda constante por atualização e a necessidade de compreensão do impacto das políticas públicas de saúde na vida da população.
Além disso, ser médico é você não apenas trabalhar com pessoas e para pessoas, mas, acima de tudo, entender que a empatia e a humanização nas interações é fundamental para auxiliar o atendimento e o suporte ao paciente.
Quais são as áreas de especialização da Medicina?
Atualmente, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconhece a existência de 55 segmentos diferentes, conforme a resolução nº 2221/18. Algumas das especialidades mais conhecidas são, sem dúvidas, as de pediatria, ginecologia e obstetrícia, oftalmologia, neurologia, otorrinolaringologia e gastroenterologia.
Porém, também há campos que não são tão difundidos, mas que são igualmente importantes para a sociedade. Como exemplo, podemos citar as seguintes áreas: medicina nuclear, medicina de tráfego, medicina esportiva e medicina preventiva e social.
Como é o curso de Medicina?
O curso de Medicina é ofertado exclusivamente no formato de bacharelado. Isso acontece porque a proposta da formação é apresentar os conhecimentos norteadores da profissão e mostrar quais são os campos de atuação do médico na área da saúde — que são bastante diversos e com características diferentes entre si.
Outro ponto marcante dessa graduação diz respeito aos anos de duração. Entre os cursos de nível superior, ela é a mais prolongada. Ao todo, é preciso estudar por, pelo menos, seis anos em uma universidade, faculdade ou centro universitário para obter o seu diploma.
Vale mencionar, ainda, que o regime de dedicação do curso é integral durante toda a formação. Para completar, as aulas são presenciais, já que boa parte do conteúdo ensinado nelas não é expositivo, mas sim experimental e prático. Justamente por essa razão, muitas das aulas ocorrem em laboratórios.
“E onde posso cursar Medicina?”, você deve estar se questionando. A resposta é simples: na Estácio, que tem uma das melhores faculdades de Medicina do Brasil. A graduação é disponibilizada em 14 unidades da instituição, sendo quatro no Ceará, três no Rio de Janeiro, uma no Maranhão, duas na Bahia, uma no Pará, uma em São Paulo, uma no Mato Grosso e uma em Santa Catarina.
Já em relação a quanto custa uma faculdade de Medicina é importante saber que não existe um valor fixo no setor da educação. Cada instituição tem autonomia para definir preços. Inclusive, a mensalidade é influenciada por uma série de fatores, desde a infraestrutura até o corpo docente.
O que são os internatos?
Há pouco, mostramos que a Medicina dura seis anos, é integral e também presencial. Porém, isso não é tudo. Afinal, ela costuma dedicar os quatro primeiros anos de formação aos conhecimentos norteadores e os dois últimos à vivência de campo.
Essa vivência acontece por meio dos internatos, que é como são nomeados os estágios formulados para os estudantes de Medicina. Eles ocorrem em instituições de saúde, tanto públicas quanto privadas, conveniadas à sua faculdade.
A ideia é que, por meio deles, você passe por diferentes serviços médicos (ambulatoriais, hospitalares, de urgência e emergência, de saúde mental etc.). Inclusive, eles são segmentados conforme os diferentes públicos-alvo. Por exemplo, criança, mulher, adulto, idoso e família e comunidade.
Outro ponto valioso do internato é que ele permite que você se insira na realidade do Sistema Único de Saúde (SUS), conhecendo como são desenvolvidos e quais são os desafios dos três níveis de atenção à saúde:
- Atenção Primária à Saúde: na qual se trabalha a promoção da saúde e a prevenção de doenças no contexto social e cultural dos indivíduos;
- Atenção Secundária à Saúde: na qual se trabalha com serviços especializados para tratamento, acompanhamento e reabilitação de casos de nível intermediário;
- Atenção Terciária à Saúde: na qual se trabalha em redes hospitalares de grande porte (geralmente, de referência no setor) para tratamento, acompanhamento e reabilitação de casos complexos e paliativos.
Quais conteúdos são estudados na faculdade de Medicina?
Como já mencionamos, uma boa parte da faculdade de Medicina é dedicada aos conhecimentos norteadores da área. Conteúdos extensos que apresentam a divisão, a caracterização e o funcionamento (padrão e irregular) do corpo humano.
Você não vê apenas a anatomia, mas também a fisiologia e os processos bioquímicos que ocorrem no organismo. Afinal, ficar por dentro desse saber científico é indispensável para entender a origem, a evolução e os efeitos dos problemas de saúde que atingem a humanidade.
Isso sem falar, é claro, em como os agentes externos (como vírus, bactérias, fungos etc.) impactam o bem-estar físico e mental.
Fora o que foi falado, ainda existirão matérias que serão muito úteis para a sua preparação profissional, pois vão trabalhar aspectos da interação médico-paciente. Abaixo, você pode conferir algumas dessas disciplinas. Por isso, leia com atenção cada uma.
Concepção e Formação do Ser Humano
Concepção e Formação do Ser Humano traz os conteúdos base da Biologia e da Química, que são indispensáveis para o saber médico. É uma disciplina que discute, por exemplo, questões genéticas, de embriologia, fecundação, desenvolvimento e mortalidade.
Tudo isso é correlacionado aos conceitos bioéticos que regem a área da saúde e permitem uma compreensão mais ampla da estrutura e do funcionamento do corpo humano.
Dispneia, Dor Torácica e Edema
Dispneia, Dor Torácica e Edema reúne os principais tópicos envolvendo a fisiologia e a operação do sistema respiratório, mostrando os contextos em que as disfunções ou doenças podem causar insuficiências, obstruções e síndromes crônicas na rotina do paciente.
A matéria também apresenta as principais categorias de dispneia e as ações de tratamento em casos clínicos estáveis, complexos e emergenciais.
Problemas Mentais e de Comportamento
Problemas Mentais e de Comportamento é uma disciplina muito importante, pois aborda as alterações mentais que afetam o bem-estar físico e psicológico, o humor, o sono, a personalidade, as interações sociais, o neurodesenvolvimento etc.
Para tanto, ela faz um resgate histórico, mostrando como surgiram os diagnósticos desses quadros, as intervenções adotadas ao longo dos séculos e qual é o cenário atual (do ponto de vista legal, ético e cultural) para o tratamento dessas condições — principalmente ao se considerar que boa parte delas ainda não têm cura.
No decorrer do conteúdo, você ainda estuda a formação da Psiquiatria enquanto campo de saber da Medicina e como ela está inserida nos serviços de saúde do Brasil.
Habilidades Profissionais
A matéria de Habilidades Profissionais se dedica ao ensino das principais práticas e ações que os médicos devem adotar no atendimento e suporte ao paciente, na relação com a equipe multidisciplinar em saúde e no contato com a sociedade.
Para tanto, ela traz referências constantes ao código de ética da categoria e às resoluções emitidas pelo Conselho Federal de Medicina.
Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência
Em Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência, os alunos conferem quais são os órgãos humanos responsáveis pelos sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) e qual é o papel desempenhado pelo sistema nervoso na operação deles.
Além disso, é discutido quais são os distúrbios (neurológicos, fisiológicos e anatômicos) que causam o mau funcionamento ou a total ausência dessas funções.
Para completar, você ainda aprende sobre as medidas de intervenção, os princípios da farmacologia aplicados em pacientes diagnosticados com disfunções dessa categoria e os processos de reabilitação envolvidos no tratamento dos distúrbios.
Doenças Resultantes da Agressão ao Meio Ambiente
Doenças Resultantes da Agressão ao Meio Ambiente é um conteúdo multidisciplinar. Isso porque ele lança um olhar sobre o desenvolvimento de doenças, transtornos e síndromes que não têm, necessariamente, origem orgânica.
Ou seja, são causadas por fatores externos ao corpo humano e o principal: em alguns casos, elas nem mesmo ocorrem devido a um agente patológico (como um vírus ou uma bactéria).
A ideia, aqui, é justamente entender como o ambiente em que o ser humano está inserido pode afetá-lo negativamente tanto no bem-estar físico quanto no bem-estar psicoemocional. É por isso que você vê desde questões que tratam da poluição das cidades até gatilhos estressores vividos na rotina pela população.
Processo de Envelhecimento
Processo de Envelhecimento discute os efeitos da transição do ser humano em diferentes faixas etárias e as mudanças anatômicas, fisiológicas, metabólicas, cognitivas, motoras, mentais e afins que ocorrem ao passar do tempo.
A ideia é proporcionar ao estudante um conhecimento detalhado desse processo e, em especial, das implicações que ele acarreta — como é o caso de um possível aumento da vulnerabilidade do sistema imunológico. Além disso, a disciplina propõe reflexões sobre como o envelhecimento é encarado social e culturalmente.
Interação em Saúde na Comunidade
Interação em Saúde na Comunidade, por sua vez, discute a Atenção Básica à Saúde e as ações para o mapeamento de informações da comunidade, a elaboração de projetos de promoção da saúde para a população, a atuação dos serviços e sistemas públicos e a coleta de resultados de medidas preventivas contra doenças.
Fadiga, Perda de Peso e Anemias
Em Fadiga, Perda de Peso e Anemias, estuda-se a composição sanguínea (linfócitos, eritrócitos, neutrófilos etc.) e a relação dela com o funcionamento do organismo. Em paralelo, você confere como disfunções na quantidade, no volume e nos componentes do sangue podem causar quadros anêmicos e outras enfermidades relevantes.
A perda de peso também é explicada, pois são trabalhados tópicos que abordam os fatores fisiológicos, psicossociais e bioquímicos que alteram a massa corporal — e, consequentemente, podem desencadear disfunções ou doenças.
Desordens Nutricionais e Metabólicas
Desordens Nutricionais e Metabólicas explora o impacto da alimentação na saúde humana. É uma disciplina bastante interessante, pois você constrói um olhar mais crítico sobre como determinados hábitos alimentares e dietas podem causar deficiência de nutrientes importantes para o desenvolvimento do corpo, o reforço da imunidade e a manutenção da estética.
Mas não só isso: como o consumo de diversos alimentos pobres em vitaminas e minerais, mas ricos em aditivos químicos, contribuem para quadros de desidratação, desnutrição e obesidade.
Outro ponto importante trabalhado na disciplina diz respeito à disfunção do metabolismo — que é importante não só para a regulação do peso, mas para o correto aproveitamento dos nutrientes obtidos por meio da alimentação.
Emergências
Emergências é um dos conteúdos mais esperados pelos acadêmicos da faculdade de Medicina. O motivo é que ele trabalha com contextos de ação médica quando os pacientes passam por acidentes, lesões, agravamentos de doenças ou problemas orgânicos que oferecem possibilidade significativa de morte.
Ou seja, é um conteúdo que prepara os futuros médicos a agirem clínica e cirurgicamente para diagnosticar, intervir e assistir às pessoas, buscando reduzir ou evitar riscos de vida.
Durante o semestre, você confere as principais práticas para quadros de dor, intoxicação, perda de sangue, parada cardiovascular, parada respiratória, crises psicóticas, fraturas, perfurações e muito mais.
Febre, Inflamação e Infecção
Por último, há Febre, Inflamação e Infecção. A matéria se debruça sobre a ação de agentes infecciosos em contato com o nosso organismo e como isso desencadeia uma série de reações, em especial a febre e a inflamação.
Diante disso, você aprende sobre a avaliação do grau dessas reações, a condução de diagnósticos e prognósticos conforme a diversidade de quadros infecciosos e as alterações patológicas mais comuns diante de extremos (como a hipertermia e a hipotermia).
Fora tudo isso, ainda vê os principais fármacos usados para o controle desses problemas em cada perfil de paciente (considerando idade, gênero e doenças preexistentes).
Quais atividades de extensão podem ser feitas durante o curso?
Além de cursos que servem para complementar o seu currículo, você poderá contar com outras opções extracurriculares na sua instituição. Por exemplo, grupos de estudo, projetos para atendimento à comunidade e monitorias.
Fora isso, muitos estudantes da faculdade de Medicina ingressam em programas de iniciação científica. O objetivo é justamente a imersão no saber teórico e na preparação para a produção de materiais de caráter técnico, o que vai ser bastante útil mais à frente, no final do curso e no ingresso na residência médica.
Como é o trabalho de conclusão de curso na faculdade de Medicina?
O trabalho de conclusão de curso (TCC) é definido pelo programa curricular da faculdade de Medicina que você faz. A instituição pode definir, por exemplo, que ele deve ser uma monografia, um projeto de intervenção ou um artigo científico.
Para tanto, são disponibilizadas duas disciplinas voltadas especificamente para a realização do TCC no último ano da sua formação.
O que é a residência médica?
A residência médica nada mais é do que um formato de pós-graduação equivalente à especialização — que é uma pós lato sensu, voltada para a qualificação para o mercado de trabalho. O diferencial dela é que se trata de um programa exclusivo para os graduados em Medicina. No Brasil, ela começou a ser regulamentada a partir do decreto nº 80281/77.
A residência tem duração entre um e três anos, período no qual o médico generalista atua em uma instituição de saúde acompanhando e realizando atendimentos clínicos ou cirúrgicos dentro de uma especialidade médica — isto é, em qualquer uma das 55 validadas pelo CFM. Portanto, há várias escolhas em potencial para você.
Abaixo, listamos algumas delas:
- Residência médica em dermatologia;
- Residência médica em cardiologia;
- Residência médica em psiquiatria;
- Residência médica em infectologia;
- Residência média em geriatria;
- Residência média em mastologia;
- Residência médica em pneumologia.
E um ponto interessa aqui: é possível realizar mais de um desses programas. Em alguns casos, até mesmo, é necessário fazer isso. É o que acontece, por exemplo, com o de cirurgia geral, que é pré-requisito para se inscrever nas residências em cirurgia plástica e cirurgia oncológica.
É importante mencionar, ainda, que todo esse processo ocorre sob a supervisão de um ou mais médicos preceptores que, por sua vez, já são especialistas no segmento desejado por você.
Além da atuação in loco, indispensável para um aprendizado prático e vivencial, o residente também participa de atividades acadêmicas com os colegas. Aulas, seminários e desenvolvimento de trabalhos científicos são alguns exemplos.
O objetivo desses momentos é permitir e favorecer a troca de conhecimentos, a discussão de casos reais e as práticas médicas mais eficazes, conforme a complexidade dos casos.
Quanto tempo leva para ser especialista em alguma das áreas?
Como já explicamos, a duração da residência médica vai de um a três anos. Porém, concluí-la não é o bastante para você ser, de fato, um especialista na área. Isso porque a conquista desse título só acontece a partir da aprovação em uma seleção da sociedade/associação/colégio responsável pela representação do segmento.
Por exemplo, a Sociedade Brasileira de Patologia, a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Colégio Médico de Acupuntura.
Todos os anos, esses órgãos lançam editais em que especificam os requisitos para a obtenção de título médico. Portanto, é importante você conferir como é o processo e o que deve atender para ser aprovado. Geralmente, além do diploma da residência, é comum que seja solicitado o tempo mínimo de formação na graduação e o CRM ativo.
Quanto ganha um médico?
A remuneração de um médico é bastante variável. O levantamento do portal Vagas aponta que ela fica em torno de R$ 10.527,00, podendo chegar até R$ 15.165,00 mensais.
Isso porque a atuação desse profissional pode ocorrer de diferentes formas. Por exemplo, há médicos que são concursados, recebendo o salário (estipulado em edital da seleção pública) do Município, do Estado ou da União.
Já outros trabalham em instituições da rede privada, como clínicas e hospitais. Nesse caso, os rendimentos ficam regidos pelo contrato assinado com a empresa ou os pagamentos base feitos pelos convênios de saúde.
Uma terceira via são os médicos que atendem especificamente em consultórios particulares. Nesse caso, os ganhos dependem do valor cobrado por consulta ou procedimento e o volume de pacientes.
Há ainda profissionais que mesclam a atuação em instituições das redes pública e privada, além de investirem na manutenção de consultórios próprios, o que é bastante rentável. Portanto, são muitas as possibilidades.
Como se estabelece a carreira de um médico?
A carreira se estabelece a partir do internato, quando o aluno tem a possibilidade de vivenciar a rotina em diferentes instituições de saúde, lidar com perfis específicos de pacientes e entender, na prática, a importância do SUS para os brasileiros.
A partir daí, você consegue visualizar com mais clareza algumas especialidades em potencial para seguir e que vão lhe satisfazer pessoal e profissionalmente.
Desse modo, com o fim do bacharelado, a pessoa ingressa na residência médica desejada, cumpre a carga horária do programa e, uma vez especialista, define aonde vai atuar.
Esse período entre faculdade e pós-graduação vai durar, em média, 10 anos. Porém, a verdade é que o médico nunca para de estudar e se aprofundar no campo. Afinal, a medicina reúne saberes em constante atualização e reformulação.
E então, curtiu conhecer o panorama completo não apenas sobre faculdade de Medicina, mas também sobre a carreira de médico no mercado brasileiro? Pois, então, utilize as informações deste texto para começar a planejar a sua jornada acadêmica e ter um ótimo aproveitamento de tudo o que essa formação tem a oferecer.
Com isso, você diferencia o seu currículo, investe na sua capacitação profissional e não desperdiça as oportunidades que vão aparecer nos campi — e que serão essenciais para a sua capacitação e qualificação como profissional da saúde!
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