Como funcionam os estágios durante o curso de Medicina?

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Quem sonha em se tornar médico não procura informações apenas sobre o vestibular e as áreas de atuação que pode seguir após se formar, não é mesmo? Tanto é que é comum ver jovens com dúvidas sobre como funciona o curso e, em especial, o estágio em Medicina. Afinal de contas, esse é o primeiro momento de vivência da profissão.

A tão esperada hora de exercitar o que você aprendeu nas salas de aula e nos laboratórios, desenvolver habilidades de observação clínica, conhecer a realidade da rotina hospitalar, prestar atendimento e acompanhamento aos pacientes, trabalhar com uma equipe multidisciplinar (com enfermeiros, nutricionistas, psicólogos etc.) e por aí vai, deve chegar.

Pensando nisso, reunimos todos os detalhes sobre esse período para você entender como ele funciona e o que pode esperar. Acompanhe e saiba mais!

Como é o estágio obrigatório de Medicina?

Antes de falarmos exatamente de como funciona o curso de Medicina, é preciso entender o que são os estágios de um modo geral. Por isso, vamos por partes!

Como são os estágios na maioria das graduações?

De acordo com a Lei nº 11.788/08, o estágio é uma etapa preparativa e adaptativa do estudante para o mercado de trabalho. É por isso que ele faz parte do cotidiano de milhares de universitários no Brasil. No entanto, a forma de acesso a ele difere de curso para curso.

Isso acontece porque há dois tipos de estágios reconhecidos legalmente: o obrigatório e o não obrigatório. O primeiro é aquele que a instituição de ensino insere na grade curricular das graduações como requisito (semelhante às disciplinas) para que ele se forme e obtenha o diploma desejado.

Ou seja, antes mesmo de se matricular, você tem como conferi-la e identificar em qual semestre ele é cobrado, qual a carga horária mínima a ser realizada e, inclusive, qual docente supervisiona as atividades. No entanto, em algumas formações, há mais de um estágio obrigatório. 

Nesses casos, eles ficam espalhados ao longo dos anos de formação — geralmente, a partir do segundo ano. Já o estágio não obrigatório tem o nome bem autoexplicativo. Ou seja, é aquele que não é exigido pela faculdade nem influencia o andamento do seu curso.

Quem o faz, o realiza por vontade própria, por interesse em ter contato com segmentos mais específicos da profissão, para agregar valor ao currículo e/ou ter uma fonte de renda — já que esse estágio, ao contrário do obrigatório, permite que os estagiários sejam remunerados e recebam benefícios pelo trabalho realizado.

Como são os estágios na Medicina?

Já na formação em Medicina, por outro lado, os estágios acontecem com algumas particularidades. Eles são do tipo obrigatório e se concentram nos dois últimos anos da formação do aluno, ocupando toda a grade curricular do 9º ao 12º semestre. Isso é algo previsto pela resolução CNE/CES 1.133/01, que determina que eles representem, pelo menos, 35% de toda a carga horária da graduação.

Embora existam atividades teóricas nesse período, o foco realmente é proporcionar uma imersão na profissão que é bastante prática e envolve não só a interação constante com outros profissionais da saúde, mas, acima de tudo, com os pacientes e os familiares deles.

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É por isso que esses estágios acontecem no formato de internato — tanto é que eles são popularmente conhecidos e chamados por esse nome. O porquê disso? É bem simples: o estudante atua por até 40 horas semanais (como permitido pela Lei nº 11.788/08) em hospitais com convênios com a instituição de ensino onde estão matriculados. Hospitais esses que podem ser universitários, públicos e/ou privados.

Além disso, dependendo de qual etapa do internato ele se encontra, pode ser preciso fazer plantões (de 6 ou 12 horas) e rodízios de turnos (manhã, tarde e noite).

Durante esses dois anos, sendo supervisionados por docentes, médicos e/ou residentes, o interno passará obrigatoriamente pelas grandes áreas gerais da Medicina que envolvem, como identifica a resolução que mencionamos há pouco, a Clínica Médica, a Pediatria, a Cirurgia, a Saúde Coletiva e a Ginecologia-Obstetrícia.

Ou seja, o objetivo é bem claro: garantir que o futuro médico tenha conhecimento e habilidades técnicas generalistas para prestar atendimento a qualquer paciente, independentemente da circunstância em que se encontra, da faixa etária dele e do grau de urgência ou emergência que ele apresente.

Assim, ele pode não só ajudar em relação a diferentes problemas de saúde, mas também salvar vidas quando preciso. E vale lembrar que, apesar dessas cinco áreas citadas, os centros universitários têm autonomia para inserir outros campos no internato para complementar a formação dos universitários e expandir as atividades práticas deles.

Existe estágio não obrigatório em Medicina?

Quando se trata de estágio em Medicina, só há um formato possível: o obrigatório. Isso acontece justamente pelas características que falamos há pouco sobre o funcionamento dele nessa graduação, em especial por conta da vivência imersiva em ambientes hospitalares, que é essencial para a capacitação dos futuros médicos.

Qual é a diferença entre internato e residência?

Internato e residência médica são termos bem populares na área da Medicina. Contudo, há diferenças entre eles. O primeiro é o estágio em Medicina pelo qual todo e qualquer graduando vai passar no final do curso para se tornar um bacharel na área.

A residência, por sua vez, se trata de uma especialização prática com duração mínima de dois anos. Ou seja, uma pós-graduação na qual o médico já formado — seja em uma faculdade pública, seja em uma faculdade particular de Medicina — passa por um processo seletivo.

Daí, uma vez aprovado, ele vai atuar em hospitais focando apenas em uma especialidade médica (como Dermatologia, Oftalmologia, Urologia etc.) para acompanhar pacientes em situações simples e, acima de tudo, complexas. Assim, ele vivencia na rotina os mais diferentes quadros clínicos, cirúrgicos e de urgência e emergência dentro daquele ramo, tornando-se um especialista nele.

Como você viu, o estágio em Medicina representa uma importante fase do curso para além das aulas regulares e das atividades complementares previstas na grade curricular. E isso se deve não só pelo fato dele proporcionar conhecimento prático sobre atendimento, acompanhamento, avaliação e intervenção cirúrgica em saúde, mas porque ele vai contribuir diretamente para a escolha da área que você vai seguir. Por isso, é fundamental aproveitar ao máximo cada etapa do internato!

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