Preconceito no mercado de trabalho: entenda mais sobre o assunto

preconceito no mercado de trabalho
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É inegável os avanços para a carreira em termos de tecnologia. Seja cursos 100% digitais, seja a possibilidade de entrevista de emprego remota, observarmos uma série de ganhos. Contudo, quando se trata de igualdade, ainda andamos para trás: existe muito preconceito no mercado de trabalho.

Há diversos grupos, como os de negros, portadores de deficiência (PCDs), LGBTQIA+ e a população feminina, que se deparam com discriminação na hora de procurar um emprego ou até no dia a dia profissional, afetando em cheio sua ascensão.

Estamos falando de pessoas que não são valorizadas por sua competência, têm desvantagem em relação a salários e, ainda, sofrem assédio moral ou bullying no ambiente corporativo.

Está na hora de darmos um novo rumo a essa história. Pensando nisso, preparamos um post com alguns dados e reflexões sobre o assunto. Confira e fique por dentro!

Quais grupos mais sofrem preconceito no mercado de trabalho?

Acompanhe abaixo quem são os profissionais que encontram mais obstáculos para ter um desenvolvimento de carreira.

Negros

Segundo o Ministério Público do Trabalho, os negros encontram barreiras para a ascensão profissional, igualdade em termos de remuneração, além de estarem vulneráveis ao assédio moral no local de trabalho. O grupo sofre discriminação na hora de ser selecionado para vagas nas quais há uma maior exposição da imagem junto ao público — como recepcionistas, secretários e relações públicas.

O preconceito no mercado de trabalho acerca desses profissionais — que representam uma fatia de mais de 50% da população brasileira —, acontece também quando eles são questionados na hora de fazer atividades complexas ou são dispensados simplesmente pela cor da pele ou pelo cabelo crespo.

Além disso, eles têm pouca representatividade em posições de suporte, média e alta gestão. Uma pesquisa do portal Vagas mostrou que — dos profissionais de sua base que se declararam pardos ou pretos — 47,6% ocupava cargos de nível operacional ou de auxiliar. Na posição de diretores estavam somente 0,7%.

O dado mais alarmante é que 47,8% dessas pessoas têm diploma de graduação, indicando as dificuldades enfrentadas na progressão da carreira. Em resumo, ainda falta muito para esse grupo ser, de fato, incluído no mercado de trabalho.

LGBTQIA+

Além da raça e cor da pele, a orientação sexual pode ser motivo para preconceito no mercado de trabalho. Como a questão interfere na progressão da carreira, muitas pessoas LGBTQIA+ acabam se calando sobre isso.

Foi o que apontou uma pesquisa do LinkedIn: 25% deles disseram não revelar a orientação sexual. Entre as razões, estão:

  • não achar que precisa contar (51%);
  • não se sentir à vontade para conversar sobre a vida pessoal (37%);
  • o fato de ninguém saber sobre isso — dentro e fora do ambiente profissional (32%);
  • receio de represália por parte da equipe (22%).

Dos entrevistados da pesquisa, 35% relataram ter sofrido preconceito no trabalho, direta ou indiretamente, e a maior parte dessa discriminação é feita pelos colegas. Aqui, são situações nas quais eles escutam comentários homofóbicos.

Outro dado do levantamento é que, do total de entrevistados LGBTQIA+, apenas 13% disseram ocupar ou já ter ocupado um cargo de liderança.

Pessoas com deficiência (PCD)

Apesar de o Brasil ter 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência segundo o IBGE e a legislação exigir uma cota para a contratação desses profissionais, a realidade do mercado de trabalho ainda é cercada de muita discriminação. Além da dificuldade na contratação, aqueles que conseguem o cargo podem sofrer perseguições e bulliyng.

Um levantamento da Talento Incluir e portal Vagas apontou que quatro em cada 10 pessoas com deficiência (PCDs) relataram discriminação no ambiente profissional, sendo que:

  • 9% dessas pessoas contaram ter sofrido isolamento e rejeição;
  • 12% tiveram dificuldades para crescer na empresa, ou seja, conseguir uma promoção;
  • 57% sofreram bullying.

Entre as queixas desses profissionais, de acordo com a pesquisa, as mais recorrentes foram:

  • falta de oportunidade (66%);
  • baixa remuneração (40%);
  • ausência de plano de carreira (38%);
  • problemas de acessibilidade (38%).

Mulheres

Por último, destacamos que as mulheres ainda sofrem discriminação no ambiente profissional, principalmente em relação aos salários. A pesquisa Estatísticas de Gênero do IBGE mostrou que elas recebiam, em 2016, 76,5% do salário dos homens — mesmo com o fato de 16,9% delas terem nível superior contra 13,5% do grupo masculino.

A conta, portanto, não fecha, deixando claro que essa discrepância está pautada em uma sociedade que valoriza mais a competência dos homens no mundo dos negócios. Algo bastante ultrapassado, não acha?

Por que empresas saem perdendo com a discriminação?

Os dados apresentados neste post nos faz pensar que muita coisa precisa mudar, especialmente na cultura das empresas e na mentalidade dos gestores. Está na hora de focar nas vantagens de ter uma organização diversa — seja na parte de responsabilidade social, mostrando que ela se preocupa com a inclusão, seja em agregar novas ideias e melhorar os resultados de um negócio.

Isso mesmo! A empresa só vai crescer e entender melhor os diversos tipos de público ao ter, em suas equipes, pessoas com histórias de vida e pontos de vista diferentes. Então, é preciso que as contratações ocorram pela competência de cada um e não pela aparência, idade, gênero, orientação sexual, deficiência ou qualquer outro fator.

Outro ponto é que, ao ter uma política voltada para a diversidade, os colaboradores vão se sentir representados, melhorando a harmonia no clima organizacional. Além disso, diminui-se a rotatividade e gastos com demissões, novas contratações e treinamentos.

Precisamos falar sobre o preconceito no mercado de trabalho de forma a alertar gestores sobre a questão e os próprios profissionais. Assim, quem sofre qualquer tipo de discriminação não pode nem deve ficar calado: se vier de outro colaborador, o importante é avisar a empresa. Porém, se o desrespeito vem da própria organização, é preciso acionar a Justiça do Trabalho ou Ministério Público do Trabalho (MPT) para que sejam tomadas medidas legais.

O que achou dessas informações? Conhece alguma história de preconceito no ambiente de trabalho? Compartilhe com a gente: é só deixar um comentário no post!

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