Mulheres no mercado de trabalho: conheça as perspectivas
Infelizmente, a diferença de gênero no mercado ainda é um desafio a ser superado. As trabalhadoras, apesar de serem maioria na população brasileira, ainda enfrentam muitos preconceitos e discriminações no que diz respeito à sua participação enquanto mulheres no mercado de trabalho.
Para entender melhor e contextualizar essa problemática, resolvemos abordar aspectos que consideramos importantes em relação a esse assunto, incluindo a presença de mulheres em cargos de liderança, as políticas existentes de igualdade de gênero, as ações afirmativas praticadas hoje, a inclusão de mulheres trans e negras e até mesmo a capacitação dessas trabalhadoras. Quer saber mais? Então, vem com a gente!
Mulheres em cargos de liderança
A partir do levantamento feito pelo Fórum Econômico Mundial, o Relatório Global de Diferença de Gênero de 2022, as mulheres ocupam 19% dos cargos de liderança na manufatura e 16% na área de infraestrutura. Já nos setores como ONGs e educação, a ocupação sobe para 40% dos cargos de liderança. Já no que diz respeito à composição das lideranças femininas das empresas que compõem a Fortune 500, só 8,8% dos CEOs são mulheres.
São números bastante expressivos, principalmente considerando uma população bem alta de mulheres no mundo todo. No entanto, com novas políticas organizacionais, essas estatísticas devem crescem pelos próximos anos, principalmente em relação a participação dessas profissionais em empresas de tecnologia, como você verá mais adiante.
Políticas de igualdade de gênero
De acordo com o mesmo relatório citado anteriormente, as menores taxas de diferença de gênero nos países ficam a cargo da:
- Islândia (90,8%);
- Finlândia (86,0%);
- Noruega (84,5%);
- Nova Zelândia (84,1%);
- Suécia (82,2%);
- Ruanda (81,1%);
- Nicarágua (81,0%);
- Namíbia (80,7%);
- Irlanda (80,4%);
- Alemanha (80,1%).
O Fórum Econômico Mundial sugere como solução para a desigualdade de gênero um compromisso e uma agenda de nível global, que seja encarada com seriedade pelas autoridades. Assim, o próprio capital humano deve ser a fonte de criatividade para que as políticas superem essa crise de desigualdade e comecem a trabalhar tanto a favor das mulheres quanto dos homens.
Em resumo, políticas de igualdade de gênero devem resolver o problema. Será? Na verdade, elas só darão conta do recado se combinarem soluções como:
- Os estímulos fiscais que acelerem a igualdade de gênero;
- A presença da mulher na política, defendendo os interesses de gênero;
- O incentivo à qualificação dessas trabalhadoras para ocuparem cargos de liderança.
Ações afirmativas
As ações afirmativas para acelerar a igualdade de gênero envolvem muitas iniciativas, incluindo:
- Requalificação das mulheres para setores em crescimento;
- Planejamento das forças de trabalho considerando as perspectivas de gênero;
- Planejamento da redistribuição de empregos;
- Reavaliação das políticas de pagamento, em especial para pessoas que ocupam a mesma função;
- Qualificação das condições e especificações do trabalho;
- Criação de acordos que flexibilizem os trabalhos para se adequar às forças de trabalho diversificadas;
- Fortalecimento das redes de segurança social;
- Definição de metas para colocar as mulheres em cargos de liderança empresarial e governamental;
- Criação de ambientes seguros e inclusivos para mulheres pretas e trans.
Apesar da desigualdade de gênero ser um problema histórico, ela precisa ser vencida (nem que seja no cansaço). Por isso, é extremamente relevante que essas ações sejam incorporadas no dia a dia das empresas e até mesmo nas decisões políticas de qualquer país.
Inclusão de mulheres trans
De acordo com o Dossiê Antra, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, existe uma estimativa de que apenas 4% da população transexual feminina esteja formalmente empregada, dentro de um contexto que ofereça possibilidade de promoção e até mesmo progressão na carreira.
Além disso, de acordo com o mesmo material, 6% delas estão em atividades informais. E um número ainda mais alarmante: 90% da população de travestis e mulheres trans, usam a prostituição como fonte primária de renda.
Existe uma falta de dados expressiva em torna da população transexual e das condições de trabalho dessas pessoas. Mas, de acordo com os levantamentos feitos até então, muitas dessas pessoas vivem em exclusão e com pouquíssimas oportunidades de emprego.
Tão importante quanto pensar em políticas inclusivas nesse sentido, é adotar uma conduta que realmente integre essas trabalhadoras, forneça a proteção necessária e permita que elas tenham condições justas e igualitárias para se desenvolver, crescer na carreira e fomentar a economia nacional.
Inclusão de mulheres negras
As mulheres negras estão sujeitas a uma discriminação ainda maior. Nesse caso, presenciamos um acúmulo de preconceitos, que além de incluírem os que já vimos até aqui, ainda se exprimem em forma de:
- Menor inserção no mercado de trabalho;
- Menor ocupação em cargos de liderança;
- Salários menores;
- Foco de objetificação e machismo;
- Descrédito de pessoas pretas.
Isso também se traduz em dados. De acordo com uma pesquisa realizada pela Indique Uma Preta e pela Box1824, só 2% das mulheres negras estão nos cargos de diretoria das empresas brasileiras. Além disso, 3% delas são sócias-proprietárias e 3% gerentes. Dados mais alarmantes ainda indicam que:
- 54% das mulheres abordadas não tinham um trabalho remunerado;
- e 39% estavam procurando emprego.
Apesar da subutilização da força de trabalho da mulher negra, é fundamental que sejam estipuladas metas de ocupação exclusivas para os cargos de liderança.
Capacitação de mulheres
O caminho mais certeiro para isso, depois de tudo, é acertar a mão quando se trata de educação e qualificação profissional para mulheres, sejam elas brancas, negras, cis, trans, aspirantes a cargos de liderança ou não. Não se trata apenas de colocar as mulheres no jogo, mas de assegurar que as regras sejam iguais para todos os jogadores.
E uma forma de fazer isso é preparando as mulheres para a economia do futuro. Para tanto, é preciso garantir que as profissionais estejam prontas para atuar com inteligência artificial, computação em nuvem, big data, biotecnologia e assim por diante.
Essas pessoas precisam estar no encabeçamento e idealização dos novos mercados, combinando suas vivências diversas a favor de negócios mais inclusivos e humanizados, transformando a diversidade em fonte de renda. Por isso, olhar para essas necessidades é tão urgente.
E aí, tem alguma sugestão adicional para acelerar a inclusão das mulheres no mercado de trabalho? Conta para a gente! Deixe o seu comentário.