Futuro das carreiras: ainda faz sentido planejar em um período de mudanças?

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Com a dificuldade de avaliar o futuro das carreiras, é natural sentir dúvidas sobre a validade de planejar-se em longo prazo. Afinal de contas, por que não focar apenas o agora se os próximos anos estão cada vez mais incertos?

Acontece que não apenas ainda faz sentido se planejar, como esse pode ser um diferencial para você construir uma carreira de sucesso. Ao longo deste conteúdo, mostraremos que, na verdade, o que houve foi uma mudança na maneira de lidar com os planos, que se tornaram mais abertos à revisão.

Então, continue a leitura para receber dicas valiosas e melhorar as escolhas atuais, visando a uma carreira de sucesso no futuro!

Importância do planejamento no futuro das carreiras

O planejamento de carreira é a definição do que você deseja para o futuro profissional e de quais são as medidas que pretende adotar a fim de atingir o alvo. Assim, ter um plano significa entender quais opções fazem sentido de acordo com os seus objetivos, guiando ações, decisões e estratégias.

Um exemplo simples é a escolha do curso superior. Quanto mais consciente do que se pretende fazer no futuro, mais fácil é restringir as opções disponíveis e avaliar o custo-benefício de cada uma das graduações.

Trabalho e transformação digital

Já o medo de planejar-se diz respeito justamente a essas escolhas perderem o sentido diante de um cenário de mudanças rápidas e constantes, especialmente com a transformação digital, a automação de tarefas e o desaparecimento de funções. Porém, não é isso que vem ocorrendo na prática.

O Manpower Group, por exemplo, mostra em seu relatório mais recente que 81% dos recrutadores desejam aumentar ou manter o número de colaboradores como resultado da automação. O motivo é o reconhecimento da importância das habilidades humanas, como pensamento crítico, criatividade, capacidade analítica e comunicação.

Outra grande consultoria, a Pwc, revela que a maioria dos profissionais (61%) veem a automação como algo positivo. O relatório “Novo Mundo. Novas Competências” também aponta que 77% dos profissionais acreditam que a tecnologia, em geral, será benéfica ao trabalho.

É importante ressaltar que a pandemia do novo coronavírus acelerou a transformação digital das empresas, especialmente em seus serviços, canais de vendas, atendimento, marketing, sistemas de trabalho e comunicação interna. Por isso, o retorno às atividades deve acontecer com uma presença ainda maior da tecnologia.

Nesse contexto, o planejamento não perde sua utilidade no futuro das carreiras, mas precisa adequar-se aos novos requisitos. Os principais pontos de atenção são os seguintes:

  • investir em competências comportamentais (soft skills), como comunicação, trabalho em equipe, liderança, criatividade e empreendedorismo;
  • aprender continuamente para sempre ter as competências técnicas (hard skills) atualizadas e acompanhar tendências;
  • desenvolver competências relacionadas ao uso da tecnologia;
  • fazer a gestão do plano para estar aberto às mudanças.

Benefícios do planejamento de carreira

Um plano ajustado às características do futuro das carreiras trará diversas vantagens competitivas ao profissional. É possível orientar melhor as ações e construir um currículo mais atraente aos olhos dos empregadores, tendo um direcionamento claro. Veja mais detalhes a seguir.

Customização da carreira

O primeiro diferencial é modelar a carreira. As escolhas sobre que faculdade fazer, ofertas de emprego e estágio, cursos, rotina de estudos, participação em eventos, networking profissional etc.: tudo isso, aos poucos, dá personalidade ao currículo. O plano de carreira ajuda, nesse sentido, a ter escolhas coerentes com o que você realmente deseja.

Maior autonomia

Também é uma maneira de não depender dos treinamentos e das qualificações oferecidas pelos empregadores. Quem atua dessa maneira busca o autogerenciamento, reconhecendo seus pontos fortes e fracos e buscando melhorias, independentemente da ação de terceiros.

Maior proatividade

É muito comum as pessoas apenas reagirem às oportunidades e às ameaças que surgem durante a faculdade e a vida profissional, sem direcionar o processo. Assim, o planejamento é uma mudança de postura. A pessoa será proativa, indo atrás das vagas de emprego, desenvolvendo competências e habilidades e sendo um aluno protagonista na faculdade.

Mais chances de alcançar expectativas

Os objetivos permitem avaliar estratégias e táticas positiva ou negativamente, de acordo com o potencial de atingir as expectativas. Estratégia é o meio que você utiliza para realizar o objetivo, enquanto as táticas são as ações imediatas que movimentam o plano.

Imagine, por exemplo, que você deseja um cargo de gestor. Uma boa estratégia é fazer a faculdade de Administração, enquanto táticas eficientes são participar dos eventos da instituição sobre empreendedorismo, fazer um estágio no setor financeiro de uma grande empresa, levar dúvidas do trabalho para sala de aula e assim por diante.

Resumidamente, a avaliação sobre o que fazer agora depende da visão de longo prazo, no sentido de se aproximar do objetivo (cargo de gestor) como de potencializar a estratégia (Faculdade de Administração). E o plano é essencial para manter esses pontos alinhados.

Como fazer o plano de carreira

A elaboração varia um pouco em conteúdo e formato, porque podem ser aplicadas diferentes metodologias. O passo a passo a seguir baseia-se em algumas dessas técnicas e permite a redação bastante clara, utilizando o roadmap — que é uma ferramenta de coaching.

Defina aonde deseja chegar

Estabeleça o que você imagina para sua carreira, ou seja, o ponto de chegada. Você quer ser um advogado de sucesso? Administrar uma grande empresa? Atuar no departamento pessoal? Exercer um trabalho artístico? Qual é o seu foco?

Se tiver dúvidas, a orientação de carreira e os testes vocacionais contribuem para refletir sobre o tema e ganhar clareza com relação ao objetivo profissional. Também é interessante realizar a análise FOFA (SWOT), que serve para enxergar mais claramente os pontos fortes e fracos. Nela, você deve responder a quatro perguntas:

  • Quais são as suas forças?
  • Quais são as suas fraquezas?
  • Quais são as oportunidades?
  • Quais são as ameaças?

Forças e fraquezas dizem respeito ao âmbito interno, ou seja, as suas características e aptidões. Já as oportunidades e ameaças, ao contexto no qual você está inserido. A ideia é refletir sobre em que local é possível ser mais bem-sucedido e como isso se relaciona com os seus interesses pessoais.

Trace metas

O objetivo é desdobrado em etapas sucessivas, como as fases de um jogo de videogame ou as barreiras de uma corrida de obstáculos. Por exemplo, para ser advogado autônomo de sucesso, você precisa percorrer um longo caminho:

  • escolher um bom curso de Direito;
  • ganhar experiência em estágios;
  • concluir a graduação;
  • preparar-se para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
  • conquistar a habilitação profissional;
  • abrir seu escritório;
  • definir suas especialidades;
  • firmar o nome no mercado;
  • crescer a participação no mercado jurídico local.

Pesquise sobre como é o caminho até chegar ao seu objetivo de carreira e estabeleça etapas, prevendo as datas de conclusão. Isso permite colocar o foco em um ponto mais próximo do dia de hoje e tomar decisões.

Além disso, liste os requisitos para superar as diferentes fases da carreira. Por exemplo, a meta de obter o diploma pode ser detalhada com o rendimento esperado, quantidade de contatos profissionais, horas de estágio e outros indicadores.

Reconheça sua atual posição

A partir da análise FOFA e das metas, você já terá uma noção da distância entre a largada e a linha de chegada. No entanto, é importante avaliá-la com um pouco mais de detalhes, principalmente em relação às competências profissionais que precisam ser desenvolvidas.

Para isso, olhe um pouco além das etapas próximas. Por exemplo, um estágio até ajuda a entender a matéria e concluir a faculdade, mas será ainda mais fundamental para a etapa posterior como experiência profissional no currículo.

Crie uma rotina de estudos

Outra etapa relevante é montar uma rotina de estudos, tanto para fortalecer as competências técnicas como para desenvolver características complementares.

Mesmo se os recursos financeiros forem escassos, é possível ir além do que foi visto em sala de aula. Aqui na Estácio, existem diversas opções gratuitas de cursos online, que servem também para cumprir as horas de atividades complementares das graduações.

Faça a gestão do plano

Um último ponto é criar o hábito de revisar o plano, incorporando as mudanças ocorridas ao longo da sua jornada. A periodicidade pode variar: mensal, trimestral, semestral etc. O importante é não deixar o planejamento engessado e sempre reavaliar as escolhas profissionais.

Sendo assim, unindo aprendizado contínuo à gestão da mudança, o planejamento terá todas as condições de sobreviver ao futuro das carreiras. Ele será um modelo que se adapta aos novos desafios e às oportunidades de cada momento.

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