Competências profissionais. O que é essencial? | Blog Estácio
Com os avanços científicos e tecnológicos das últimas décadas, as empresas viram o capital humano se tornar o principal ativo das organizações. Com efeito, o desenvolvimento de competências se tornou peça-chave para o sucesso das estratégias de negócios.
O primeiro conceito, capital humano, corresponde ao conjunto de competências e à existência de um ambiente de trabalho que faça elas florescerem. Já o segundo, competência, é a capacidade de entregar valor, coordenando e aplicando conhecimentos, habilidades, atitudes e julgamentos.
Logo abaixo, explicaremos esses conceitos e por que o desenvolvimento de competências é essencial para encontrar uma boa colocação no mercado de trabalho. Além disso, indicaremos boas práticas para você se qualificar desde a faculdade. Não deixe de conferir!
O que caracteriza o processo de desenvolvimento de competências?
Como Idalberto Chiavenato explica em “Gestão de Pessoas: o Novo Papel dos Recursos Humanos nas organizações”, 4 ed., existem quatro aspectos essenciais para construir uma competência individual:
conhecimento: é o saber (…).
habilidade: é o saber fazer (…).
julgamento: é o saber analisar a situação e o contexto.
atitude: é o saber fazer acontecer (…).
A entrega de valor requer todos esses elementos integrados. Por exemplo, uma peça publicitária só ganhará vida se o profissional souber como ela funciona (conhecimento), dominar a sua escrita (habilidade), analisar quando ela deve ser utilizada (julgamento) e agir, de fato, para concretizá-la (atitude).
Contudo, no processo para construir a competência, não alcançamos o cume do dia para noite. Nesse sentido, em “Introdução à programação neurolinguística: como entender e influenciar as pessoas”, Joseph O’Connor lista quatro etapas:
- incompetência inconsciente — não sabemos o que desconhecemos;
- incompetência consciente — entendemos o que precisamos aprender e melhorar;
- competência consciente — temos a competência, mas a execução exige atenção total e grande esforço;
- competência inconsciente — temos o domínio mais abrangente, com muitos comportamentos automatizados e pouco esforço em relação à atenção.
Um exemplo é desenhar. No começo, não sabemos nem sequer quais técnicas devem ser aprendidas. Depois, com pesquisa e orientação, descobrimos os pontos de desenvolvimento. Então, aprende-se a competência, mas é preciso manter a atenção, total e cautelosa, para grafar a imagem. Por fim, o domínio é tão elevado que desenhar vira algo natural, quase um segundo idioma.
Prosseguindo, competências como falar em público, fazer uma peça publicitária, desenhar e outras não estão igualmente desenvolvidas em todas as pessoas. E mais! Os cargos exigem patamares diferentes de competência.
As competências, nesse sentido, podem ser técnicas (hard skills), que são aquelas presentes na grade curricular e que são a base da sua profissão. Ademais, elas podem ser comportamentais (soft skills), quando dizem respeito a maneiras de agir e posturas, como liderança, trabalho em equipe e criatividade.
Quais atitudes tomar para começar a se aprimorar hoje mesmo?
O período universitário é um excelente momento para descobrir pontos fortes e fracos. Isso ocorre pelas inúmeras oportunidades de aprendizado, dentro e fora da sala de aula, que permitem ao estudante personalizar a formação, direcionando o desenvolvimento de competências para as profissões de seu interesse.
Outra vantagem é que aquilo que você adiciona ao currículo funciona como um diferencial competitivo pelas melhores vagas. Por exemplo, um recrutador será muito mais surpreendido por um recém-formado com boa comunicação do que por um profissional com anos no mercado. E, em meio a outros jovens talentos, você se destacará.
Então, anote cada uma das atitudes abaixo para sair na frente!
Aproveite as disciplinas em sala de aula
O primeiro passo é mudar a mentalidade sobre as disciplinas. As aulas não são planejadas apenas para você passar na prova, elas são as sementes do desenvolvimento das competências técnicas. Afinal, oferecem o conhecimento que dará origem às suas habilidades, julgamentos e atitudes.
Uma boa prática é o hábito de sempre estudar o conteúdo da aula antes de dormir. O primeiro dia é crítico, considerando a chamada curva do esquecimento, e a maior parte do que foi visto estará perdida se não for realizada uma revisão. Além disso, invista em boas práticas de memorização.
Traga discussões para sala de aula
As aulas também são um bom momento para abordar experiências relacionadas à área do curso. Essas discussões nos permitem conciliar teoria e prática, entendendo a base teórica por trás de um acontecimento real.
Perceba a relação de troca. Em um estágio, por exemplo, usamos o conteúdo da aula nas tarefas e atividades, ao passo que, na aula, podemos discutir as questões de trabalho para alcançar uma visão mais abrangente e entender os fundamentos de soluções e decisões.
Domine a tecnologia da sua área
Hoje, as competências digitais — relacionadas ao uso dos recursos de tecnologia da informação — são fundamentais. Isso porque, a partir dos softwares, ampliamos a qualidade e a quantidade do que conseguimos produzir.
Logo, os estudantes de Direito devem ficar atentos às plataformas de gestão de escritórios, os de Administração aos ERPs, os de Engenharia ao BIM e assim por diante.
Faça estágios
Os estágios também são uma oportunidade de desenvolver competências, especialmente as soft skills. No ato educacional no ambiente de trabalho, temos dois mecanismos de aprendizagem muito importantes e que complementam a formação universitária:
- aprendizagem social — desenvolvimento de competências a partir da convivência com profissionais mais experientes e qualificados;
- empirismo — desenvolvimento de competências a partir da experiência, principalmente da tentativa e erro.
Vale ressaltar que as diferentes formas de aprender se complementam para aperfeiçoar as competências. Por isso, se você tiver disponibilidade, é importante considerar atividades extraclasse, como trabalhos voluntários, programas de monitoria e participação em eventos.
Crie um plano de desenvolvimento
Outra medida interessante é pensar entre três a cinco competências essenciais para a profissão que você deseja exercer. A partir de então, defina um número de horas como meta e procure atividades para cumprir o objetivo proposto. Se você tem dúvidas sobre o que priorizar, veja algumas competências que sempre fazem a diferença.
Comunicação e fala em público
A comunicação é uma competência que pode ser treinada. Nesse caso, ao lado de ler sobre oratória, fala em público, reuniões profissionais, entrevistas de emprego etc., existem exercícios para simular a pressão desses contextos, do mais antigo, falar para o espelho, ao mais moderno, fazer um vídeo com a câmera do celular.
Liderança
Use as oportunidades, como grupo de estudos, projetos, trabalhos acadêmicos, atividades extraclasse, para participar das decisões ativamente e, cada vez mais, treinar a sua influência sobre os demais.
Criatividade
Já a criatividade pode ser exercitada com o auxílio dos processos criativos, como mapas mentais, Brainstorming e Design Thinking. Você pode praticar até o uso desses processos se tornar natural, bem como aplicando em trabalhos e projetos.
Inglês
O segundo idioma ainda é um diferencial para conquistar boas colocações. Logo, de intercâmbios a leituras em inglês, use o que estiver à sua disposição para melhorar nessa área.
Como a instituição de ensino colabora nesse processo?
A faculdade é sua parceira no desenvolvimento de competências. Se o estudante tiver protagonismo e efetivamente participar das atividades, é possível sair com um currículo bastante robusto para alguém em início de carreira.
Programa de formação
A grade curricular do curso indica o que precisa ser estudado e coloca desafios para que o aluno desenvolva as competências da área de atuação.
Personalização do programa
Ao lado da grade, existem opções para tornar a graduação mais personalizada, como matérias eletivas, eventos e projetos acadêmicos e oportunidades de estágio.
Orientação profissional
Um terceiro ponto é a orientação profissional, que mantém os alunos atualizados sobre quais são as exigências de cada momento.
Parcerias estratégicas
Fechando a lista, o relacionamento da instituição de ensino com o mercado de trabalho é fundamental para abrir oportunidades e benefícios exclusivos.
Qual é a dica de ouro para se aprimorar constantemente?
A regra de ouro é realizar uma boa faculdade, olhando as atividades de hoje em relação às profissões que você deseja exercer. Provas, trabalhos acadêmicos, estágios e grupos de estudo, por exemplo, são meios e não fins em si mesmos.
Não se esqueça também de sempre buscar o registro das atividades. Muitas vezes, os recrutadores fazem pesquisas aprofundadas antes de contratar, e mesmo os certificados e declarações não mencionados no currículo podem ser vistos no LinkedIn ou em outras redes profissionais.
Sendo assim, você realizará um bom desenvolvimento de competências durante a faculdade e conseguirá comprovar as informações. Logo, reunirá as condições para conquistar uma boa colocação no mercado.
Para continuar estudando o tema, leia nosso texto sobre o as principais habilidades profissionais e monte seu plano de desenvolvimento!