Ciências Biológicas: a importância da vacina BCG na luta contra a tuberculose
A biologia oferece muitos ramos de atuação, desde o contato direto com animais para pesquisa até o trabalho em laboratórios. Uma delas é a produção de imunizantes, como a vacina BCG.
Essa vacina é indicada para a prevenção da tuberculose, doença que já afetou e afeta milhares de pessoas, mas que, até pouco tempo, era uma das que mais levavam a óbito no Brasil e no mundo.
No início do século XX, inclusive, ela era muito temida por grande parte da população, o que levou cientistas do mundo a focar seus esforços em pesquisas e estudos para amenizarem o problema. Neste material, a gente trata mais informações a respeito do assunto. Confira!
O que é a tuberculose?
Primeiro, é importante conhecer mais detalhes a respeito da tuberculose, seus sintomas e seu tratamento. Essa é uma doença de origem bacteriana, que afeta principalmente o pulmão, mas outros órgãos também podem ser acometidos se ela evoluir e se tornar mais grave, afetando até mesmo os ossos.
Os principais sintomas incluem:
- tosse frequente por mais de duas semanas;
- muco com presença de sangue;
- falta de ar;
- dores no peito;
- rouquidão;
- perda de apetite, entre outros.
Existem três tipos de tuberculose. A tuberculose miliar acontece quando a doença não é contida e a pessoa sofre agravamentos, como lesões na pele. Nesse caso, também pode afetar o fígado e as meninges.
Já a tuberculose ganglionar, como o próprio nome sugere, afeta principalmente os gânglios que ficam localizados no pescoço, axilas, virilha, abdômen e nuca. E a tuberculose pulmonar, que é a mais “tradicional”, que chamamos simplesmente de tuberculose.
O tratamento da doença é oferecido gratuitamente pelo SUS. Já o diagnóstico acontece de acordo com o Manual de Recomendações Para o Controle da Tuberculose, do próprio Governo. Ele divide a descoberta da doença entre diagnóstico clínico, diferencial, de imagem, bacteriológico e outros tipos de testes.
Após a descoberta da doença, são utilizados quatro medicamentos e o tratamento dura, pelo menos, seis meses. A boa notícia é que ela tem cura e, mais do que isso, é simples de se prevenir, principalmente pela vacina BCG.
Qual é a história da vacina BCG?
Até o século passado, a tuberculose era muito temida pelas pessoas e uma das complicações que mais matava. Estar com a doença era um sinal de que a pessoa faleceria em breve, já que não havia cuidados realmente efetivos além dos que melhoravam um pouco a qualidade de vida do paciente.
Foi aí que se iniciaram longas pesquisas por parte dos cientistas franceses Léon Calmette e Alphonse Guérin. Ao conhecerem melhor as bactérias causadoras, tiveram a possibilidade de testar maneiras de combatê-las. Em primeiro de julho de 1921, houve o anúncio de que haviam descoberto uma forma de tratamento eficaz.
A tecnologia foi trazida para o Brasil e, com o tempo, deu origem à criação de uma política pública para combater a doença. Em 1974, a BCG entrou para o calendário nacional de vacinação, tornando-se obrigatória no ano de 1976.
Como a vacina BCG funciona e qual é a sua eficácia?
Assim como em outros tipos de vacinas, o imunizante é elaborado a partir de cepas da própria bactéria atenuadas, ou seja, enfraquecidas. Com isso, a aplicação é feita na criança para que o corpo reconheça a bactéria e a interprete como uma substância estranha, produzindo anticorpos para ela. Dessa forma, se entrar novamente em contato com a bactéria, o organismo terá meios de se defender.
Por isso, é comum que as crianças tenham alguns efeitos colaterais nos dias iniciais após a aplicação da vacina BCG, como o desenvolvimento de uma cicatriz no local, inchaço nos gânglios e, em alguns casos, dores de cabeça e vômito.
Ainda que esses efeitos sejam desagradáveis, de acordo com o próprio site do Governo Federal, a eficácia da vacina é muito alta, com 78% de proteção.
Quais os desafios e limitações da vacina BCG?
A principal limitação não pode ser aplicada à BCG em si, mas no fato de termos apenas essa vacina como imunizante para prevenir formas graves de tuberculose. Nesse sentido, quando há falta de estoque, a população fica vulnerável.
O motivo que leva a isso é basicamente a falta de investimentos por parte da iniciativa privada e também do setor público. Além disso, o fato de ser uma doença bacteriana, e não viral, torna os estudos mais desafiadores.
Apesar de existirem outras vacinas em fase de testes, nada foi liberado para o público e não temos previsão de quando isso acontecerá, exigindo a dependência da vacina BCG.
Qual a relação da vacina BCG na saúde pública?
A vacinação tem relação direta com a saúde pública. Além de oferecer ganhos individuais, como o reforço do sistema imunológico, a vacinação deve ser vista como uma estratégia que evita epidemias e reduz a taxa de mortalidade.
Para se ter uma ideia, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece metas para os países, inclusive para o Brasil. O objetivo é reduzir a doença para menos de 10 casos a cada 100 mil pessoas até 2030, reforçando também a conscientização sobre a tuberculose.
Ciências Biológicas: qual a relação com a pesquisa em vacinas?
Quem deseja seguir pelo caminho das pesquisas e estudos de vacinação pode contribuir diretamente para a sociedade. Veja alguns cursos que também seguem essa trilha:
- Ciências Biológicas: profissionais essenciais para a produção de vacinas com uma bagagem completa sobre os seres vivos, suas necessidades e o que é preciso para os diferentes níveis de produção;
- Biomedicina: habilitados para trabalhar diretamente com fármacos e a pesquisa de novas vacinas, além do aprimoramento das que já existem;
- Medicina: podem trabalhar na fase da pesquisa e também na fase clínica;
- Engenharia Química: atuam diretamente no processo industrial de concepção e fabricação dos fármacos.
O que achou de conhecer um pouco mais sobre a vacina BCG e as formas de estudos para desenvolver imunizantes nesse sentido? Como vimos, existem alternativas viáveis que podem ser escolhidas de acordo com o seu grau de interesse, que permitem trabalhar tanto na área de pesquisas da vacinação quanto em outros contextos da saúde.
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